segunda-feira, 11 de maio de 2009

Escola mais familia

Escola mais comunidade


Tanto a escola quanto a família gravitam em torno de um mesmo interesse: a criança, o adolescente ou o jovem. No entanto, existe uma relação tensa e conflituosa, onde a insatisfação e as queixas aparecem em ambos os lados.
A escola joga a culpa na família pelo fracasso de seus filhos, considerando-a desestruturada, assim como os professores queixam-se das famílias e dos alunos por conta de situações limites em que são xingados e desrespeitados por ambos. Em recente pesquisa realizada em cinco capitais brasileiras , foram encontradas circunstâncias que demarcam essas agressões a professores. Para a realização do estudo, além de grupos focais criados com professores, dois mil questionários foram respondidos por adultos de 113 escolas do ensino público.
Os resultados mostram que os professores reclamam da violência demonstrada não somente pelos alunos como também pelos pais, principalmente quando esses tomam o partido de seus filhos.

A escola tem dificuldade em aceitar crianças de classes desfavorecidas e medo do comportamento dos jovens dentro da instituição escolar. Espaços de diálogo podem gerar críticas e resultar em mal-estar às família.
Os pais, por sua vez, ficam distantes, não acompanham o cotidiano dos filhos e não facilitam o diálogo e a aproximação. Muitas vezes, isso ocorre não por falta de interesse, mas por não saber como se aproximar. Um exemplo disso é que, até hoje, não conseguem exigir da escola uma educação de qualidade, como se entre esses dois mundos - o da escola e o da casa - não existisse comunicação.
O que devem fazer a escola e a família? Como juntar pessoas que deveriam ter interesses idênticos em garantir o bem estar de crianças e adolescentes? O diálogo pode funcionar como uma palavra mágica. Escutar as queixas das famílias e as acusações da escola pode dar início a um processo de discussão sobre o espaço escolar e os deveres da família.
O que a escola deseja é que a família preste mais atenção em suas crianças e jovens e tentem resolver problemas que a escola se sente impotente e limitada.
E como se sente a família? São todos os pais que têm disponibilidade de acompanhar os filhos nos estudos? São todos os pais que sabem como fazê-lo? A resposta é não.
No entanto, poderíamos pensar em alguns pontos que os pais podem sim participar do cotidiano da escola, melhorando o clima de tensão existente entre os dois lados. A seguir, confira algumas sugestões de como propiciar essa aproximação.

Dicas para a família:

Aproximar-se da escola não somente para saber se os filhos se comportaram bem ou mal, mas também para discutir o que acontece na escola, a qualidade de ensino e as regras existentes. É preciso que conheçam e tenham possibilidade de conversar com o diretor(a) e com os professores(as);
Apoiar seus filhos nas atividades escolares, interessando-se pelo que fazem no período em que estão na escola, quais as matérias que gostam, quais as que não gostam e por que, quem são seus amigos etc. Isso dá aos pais a abertura para um diálogo que muitas vezes não existe e é desconhecido;
Ir às reuniões e poder discutir o que está certo e errado não somente com os filhos, mas também com a escola;
Ajudar as crianças e jovens a organizar o seu tempo em casa, auxiliando nos deveres escolares, conhecer as suas principais dificuldades;
Ler e ter livros em casa, mostrando que a leitura é fundamental.
Pesquisas nacionais e internacionais mostram que quanto mais a família tem livros em casa e lê, maior probabilidade de que a criança e o jovem melhorem o rendimento na escola.


Dicas para a escola:


Abrir o diálogo com os pais, discutindo as suas idéias e recomendações;
Receber os pais e fazer da escola um espaço aberto de diálogo e convivência;
Fazer com que as reuniões não sejam de queixas, mas sim de conteúdo e de alternativas, incentivando uma maior participação de pais e responsáveis nas atividades da escola, bem como um acompanhamento mais rigoroso da progressão educacional dos alunos;
Propiciar um ambiente de convivência, de aceitação e de diversidade;
Estimular a participação de alunos, professores e pais em debates, definição e divulgação das normas de funcionamento da escola, além dos mecanismos de sanção e punição;
Apoiar iniciativas de gestão democrática e participativa da escola, que contemple os interesses de todos os integrantes da comunidade escolar;
Despertar em alunos, professores, diretores e pais o sentimento de pertencimento à escola e à comunidade do entorno da escola;
Criar um serviço nas Secretarias de Educação e nos jornais locais para ouvir e acompanhar as principais denúncias e queixas de estudantes, professores e pais;
Principalmente deixar de ver a família como desestruturada e desinteressada.

A escola pode ensinar democracia em um contexto democrático e o trabalho com os pais é essencial neste sentido. Somente prestando contas de suas atividades e mudando as relações com as famílias, aceitando a diversidade, é que a escola pode se integrar às comunidades locais. É essa a escola do século XXI, onde se ensina com qualidade, onde se realiza a socialização de suas crianças e adolescentes e, por fim, onde se cria um espaço central da afirmação da cidadania.





Nome: Inaiara De Mello Silva e Silvia Helena De Oliveira Garcia.

segunda-feira, 27 de abril de 2009

Matrix e a filosofia

Matrix e a filosofia

Por Heraldo Aparecido Silva23/5/2003

"O que é Matrix? Controle. A Matrix é um mundo de sonhos gerado por computador... feito para nos controlar..." [Trecho da revelação feita por Morpheus a Neo]

(Andy & Larry Wachowski, The Matrix, EUA, 1999).


Em 1999, o cinema americano produziu Matrix (The Matrix, EUA, 1999), um filme, originalmente subestimado, que arregimentou milhares de admiradores no mundo todo e logo se transformou em uma referência para outras produções cinematográficas.
Um exemplo? Bem... se ficarmos apenas no efeito bullet time, lembraremos de várias paródias, plágios e "homenagens".

O fenômeno Matrix pode ser parcialmente compreendido se levarmos em consideração a profusão de influências e temas que aparecem, direta ou indiretamente, no roteiro e nas imagens do filme. Aí vão alguns exemplos: distopia, esperança, filosofia, 1984 de George Orwell, artes marciais, cibercultura, agentes secretos e teorias conspirativas, romance, Alice no país das maravilhas de Lewis Carroll, messianismo (crença na vinda do Salvador: Jesus, Messias, Buda, Rei Arthur), mitologia grega e céltica, Admirável mundo novo de Aldous Huxley, efeitos especiais revolucionários, nova estética super-heroística (óculos escuros, roupas pretas de couro e sobretudos substituem, respectivamente, máscaras, uniformes colantes coloridos e capas), ficção científica, animes e assim por diante. Como não dá para falar de todas estas coisas em poucas linhas, vamos especificar: faremos uma rápida comparação entre o filme Matrix e a filosofia grega de Sócrates e Platão.

Para começar, responda rápido: se o contrário de real é irreal, então qual é o contrário de virtual?
Se está se perguntando qual é a relação desta questão com o filme e a filosofia, respondo: tudo.


O filme praticamente começa com a pergunta "o que é Matrix?".
Alguém aí se lembra do diálogo entre Trinity e Neo?
Então... ela lhe diz:
"- É a pergunta que nos impulsiona, Neo. Foi a pergunta que te trouxe aqui. Você conhece a pergunta assim como eu". E ele: "- O que é a Matrix?". Em seguida, a jovem conclui: "- Sim, a resposta está aí. Ela está à sua procura. E te encontrará se você desejar".

Mas e a relação desta passagem com a filosofia? Bem, a filosofia ocidental (o pensamento crítico) surgiu na Grécia Antiga, por volta do século VI a. C., como uma alternativa ao mito (o pensamento ingênuo); ela começa através da pergunta "o que é a realidade"?. De modo geral, naquela época, os filósofos pré-socráticos deram duas explicações. A escola jônica, que se importava mais com a observação da natureza (physis) - daí o surgimento da física e da cosmologia - respondeu que o real é a physis; já a escola eleática, que se importava mais com a abstração - daí o surgimento da metafísica e da ontologia - respondeu que o real é o ser (ontos). Destas considerações, aqui expostas de modo breve e lacunar, originaram as investigações filosófico-científicas posteriores.

Chegou até aqui? Então, não boceje e continue.
Lembra da parte em que Morpheus (o deus dos sonhos e filho de Hipno, na mitologia grega) leva Neo até Oráculo e ela lhe mostra a frase "conhece-te a ti mesmo". Isso é grego também. É de um sujeito que mudou o panorama da história da filosofia e da humanidade: Sócrates (c. 470-399 a. C.), o fundador da ética ou filosofia moral. Por causa dele, as pessoas passaram a se interessar e estudar não apenas a realidade exterior (questões sobre a natureza, os astros etc.), mas também a interior (questões relativas ao ser humano, como política, educação, organização social, comportamento).
Três máximas socráticas ilustram o modo como ele conduziu a sua existência:
1) "Conhece-te a ti mesmo";
2) "Só sei que nada sei" e
3) "A vida sem reflexão não vale a pena ser vivida".

E daí? (geralmente os filósofos perguntam isso). Bem, daí que, na história de Sócrates, também tem um Oráculo, o Oráculo de Delfos, que disse para ele que o homem mais sábio de todos era... ele mesmo. Todo mundo achava isso, menos o próprio Sócrates. Mais ou menos como acontece com Neo no filme. Quase todo mundo o considera o Escolhido, exceto ele próprio.

Depois, de sua visita ao Oráculo, o ateniense Sócrates passou a abordar as pessoas e a discutir com elas os mais variados assuntos, no intuito de achar alguém que fosse realmente sábio, já que ele achava que nada sabia. Nestes diálogos, sempre colocava em prática as suas máximas: "Só sei que nada sei" e "Conhece-te a ti mesmo".
Isto significa que o método socrático, elenchus, pode ser dividido em duas partes: a primeira (destrutiva), com a ironia; e a segunda (construtiva), com a maiêutica. Para Sócrates, a sabedoria consiste primeiro no reconhecimento da própria ignorância - este conhecimento é o passo inicial em busca da sabedoria e envolve o abandono das idéias preconcebidas. Afinal, "as aparências enganam" e não queremos ser enganados por elas, certo?... certo (menos, é claro, para os partidários do Cypher - o traidor no primeiro filme -, que podem retrucar em uníssono: "- Me engana que eu gosto!").
Os diálogos socráticos eram inconclusivos, mas, após os mesmos, acreditava-se estar numa situação melhor do que a de outrora, uma vez que, embora não se soubesse o que era um objeto em questão, sabia-se o que ele não era.
O método maiêutico consiste em extrair idéias por meio de perguntas; a imagem é a de que as idéias já existem na mente "grávida" da pessoa, mas precisam de um "parto" para se tornarem manifestas. Este "poder da mente" é, de certo modo, sugerido no filmes em diversas ocasiões: tanto para propiciar feitos extraordinários quanto para causar a morte do "corpo real" através do virtual.


No fim, Sócrates foi injustamente condenado à morte por ter corrompido - através de idéias inéditas e contestadoras - a juventude, desrespeitar os deuses e confrontar o Estado.
O principal discípulo de Sócrates foi Platão (c. 429-347 a. C.). A passagem mais conhecida de suas obras, a alegoria da caverna (ou mito da caverna), está no livro A república. Agora um pouco de paciência e uma dica para entender o filme a partir desta perspectiva filosófica: ao ler o trecho a seguir, substitua a "caverna" pela realidade virtual de Matrix e o "fugitivo" por Neo e seus companheiros.
Platão exemplifica suas idéias sobre filosofia, política e realidade a partir da dramática alegoria da caverna sobre um grupo de prisioneiros confinados, desde o seu nascimento, no interior de uma caverna.

Estão acorrentados de uma tal maneira que só conseguem olhar para frente e tudo que vêem são sombras na parede. Tais sombras são projetadas pela escassa iluminação fornecida por uma fogueira que arde atrás deles.
Entre a fogueira e os prisioneiros, há uma passagem ascendente para fora da caverna e através da qual diversas pessoas entram e saem, fazendo com que os prisioneiros vejam variadas formas de sombras e ouçam o eco das vozes dos transeuntes. Em seguida, Platão afirma que um dos prisioneiros, após árdua luta, consegue se libertar das correntes e fugir.
Assim, pela primeira vez, o ex-prisioneiro, pode contemplar algo além daquilo ao qual estava habituado.
Mais do que meras sombras, ele vê a fogueira, os outros prisioneiros, a passagem ascendente e tudo o mais no interior da caverna. Depois, quando sai e atinge o mundo exterior, além de descobrir a existência de muitas outras coisas, é ofuscado por uma luminosidade ainda maior do que a da fogueira: a do Sol.
Atordoado, ele retorna à caverna em busca de refúgio e, também, para relatar o ocorrido aos seus antigos companheiros - estes, por sua vez, não crêem na voz dissonante do fugitivo e se recusam a serem libertados para compartilhar da mesma ‘experiência’. Em contrapartida, os prisioneiros também não conseguem convencer o fugitivo de seu suposto devaneio. Assim, terminam por silenciar, hostilizar e matar o pária fugitivo.

No filme, Morpheus alerta Neo, no "programa de treinamento" (após ele se distrair com "a Mulher de Vermelho" que, num piscar de olhos, dá lugar a um "agente" letal), que qualquer um em Matrix é um agente em potencial.

Agora o restante da interpretação.

Se considerarmos a linguagem metafísica e dualista de Platão (luz/sombra, ciência/opinião, essência/aparência), podemos afirmar que os prisioneiros são a humanidade ignorante - no sentido de não saber, não conhecer. Em Matrix, eles são representados pela humanidade prisioneira das máquinas tiranas.

As correntes que os retém são os hábitos retrógrados e nocivos (os vícios, opostos da virtude) que, se não impede, ao menos dificulta o acesso ao conhecimento. Em Matrix, as correntes também são nossos pseudoprazeres, a rotina e ilusão de realidade, resultado da "simulação neurointerativa".

Uma vez que as sombras são as únicas coisas que os prisioneiros vêem - não possuem outros referenciais - é natural que acreditem nelas como sendo a própria realidade - quando na verdade não são. Em Matrix, se você está sonhando e não percebe, como pode saber que tudo aquilo não é realidade? "- Acorde, Neo. (...) Siga o coelho branco".
O fugitivo representa o filósofo, aquele que tem acesso à luz - ao conhecimento. Em Matrix: é o que desconfia que está vivendo uma ilusão, como Neo.
O percurso até o conhecimento é ascendente e íngreme, assim como a passagem que une o interior ao exterior da caverna.

Da mesma forma que a visão necessita de tempo para, de forma gradativa, assimilar as mudanças de tons claros e escuros a que são submetidos os objetos quando passamos das luzes às trevas e vice-versa; a compreensão e a aprendizagem demandam tempo, requerem um período para adaptação.
Em Matrix recorde o difícil processo de readaptação pela qual Neo e todos os outros antes dele tiveram de se submeter.
A missão do filósofo (e de Neo ou de qualquer um que se livre do controle de Matrix, conforme esta interpretação) é conhecer a verdadeira realidade (sair da Matrix), regressar à caverna - lugar obscuro, pleno de crenças, aparências e superstições - (voltar à Matrix) e instruir os demais (em Matrix: libertar todos).

Tarefa nada fácil, já que as idéias retrógradas são predominantes e costumam condenar, de modo prévio, todo ineditismo (em Matrix: não resista, esqueça, se submeta para não precisar ser eliminado).
Parafraseando Platão, podermos dizer que "a realidade não é o que alguns apregoam que ela é". A realidade é virtual, é Matrix.
Em virtude da extensão do legado platônico, muitas de suas idéias não foram aqui abordadas; todavia, faz-se necessária uma pequena e lacunar menção sobre duas noções importantes: a teoria das formas ou idéias e da doutrina da reminiscência.
Para Platão, no diálogo Mênon, o início do processo de conhecimento é justificado pela doutrina da reminiscência ou anamnese, uma precursora solução inatista que sustenta a idéia segundo a qual existe um conhecimento prévio, resultante da contemplação das formas perfeitas e imutáveis pela alma imortal antes da reencarnação.

Portanto, a partir deste exemplo, podemos notar que é através da teoria das formas ou idéias e da doutrina da reminiscência, que Platão defende que o conhecimento é a rememoração. Já no filme, na barganha que Cypher faz com o agente Smith, ele exige entre outras coisas, esquecer tudo, não se lembrar de nada.
Para finalizar, um pouco de heresia filosófica: o "momento aristotélico" do filme fica por conta das máquinas. Calma, eu explico.
Antes de seguir suas próprias idéias Aristóteles foi o mais importante discípulo de Platão. Sistematizador da lógica, ele valorizava extremamente o conhecimento empírico e as ciências naturais.

Classificava tudo metodicamente, principalmente quando se tratava de suas investigações no campo da biologia. Se alguém aí falou "Agente Smith" e "Inteligência Artificial", acertou.
Vamos recordar.

No universo do filme Matrix, por volta de 2199, a Terra fica devastada como resultado de uma guerra ocorrida entre humanos e máquinas. A humanidade não consegue vencer a Inteligência Artificial, "uma consciência singular que gerou uma raça inteira de máquinas" (segundo relato de Morpheus), bloqueando a energia solar da qual dependiam as máquinas. Ironicamente, os seres humanos derrotados tornam-se baterias de "bioeletricidade" e acabam substituindo a função do Sol, pois, através de uma "espécie de fusão", são usados para fornecer a energia de que elas precisam.
Na cena em que Morpheus encontra-se prisioneiro do Agente Smith, este revela que, ao tentar classificar a raça humana, fez uma descoberta surpreendente: ele sustenta que nós, seres humanos, não somos mamíferos, porque não entramos em equilíbrio com o meio ambiente. Ao contrário dos mamíferos, nós nos mudamos para uma área e nos multiplicamos até consumirmos todos os recursos naturais para depois, mudar novamente para outra.

Segundo o Agente Smith, o "outro organismo neste planeta que segue o mesmo padrão" é um "vírus".
Conforme especulações e notícias divulgadas recentemente sobre a continuação - Matrix Reloaded - teremos oportunidade de nos confrontarmos de novo com os golpes, a retórica e a lógica do agente Smith.



Heraldo Aparecido Silva, professor de filosofia e vice-presidente do Centro de Estudos em Filosofia Americana



quinta-feira, 23 de abril de 2009

O Mito da Caverna de Platão

Imagine uma caverna grande, úmida e escura. Nessa caverna vivem algumas milhares de pessoas. Essas pessoas desde que nasceram, vivem com correntes nos braços, pescoço e pés, em cadeiras enfileiradas de modo que na frente dessas pessoas há um imenso paredão fino.

Semelhante ao cinema moderno. Por trás das fileiras de cadeiras, há uma fogueira. Entre a fogueira e as cadeiras passam algumas pessoas com objetos e animais. Os sons dessas pessoas, objetos e animais ecoam pela caverna até chegar ao grande paredão e por fim chegar aos acorrentados. A luz que a fogueira emiti bate nessas pessoas, animais e objetos e nas demais pessoas acorrentadas fazendo surgir sombras no grande paredão. Essas pessoas acorrentadas vêem essas sombras como se fossem reais. Pois esse é o único mundo que conhecem.

Mais acima da caverna, como se fosse os camarotes, vive os chamados amos da caverna. São eles que controlam todo o esquema. No topo da caverna, existe uma pequena saída pelo qual o sol emiti um pequeno feixe de luz que chega até lá embaixo, próximo às pessoas acorrentadas. Porém, entre a fogueira e o topo da caverna existe um imenso paredão bem íngreme, cheio de obstáculos, difícil de escalar. Do lado de fora da caverna existe árvores, rios, o sol... enfim, a natureza e alguns sábios. As sombras mais diferenciadas são eleitas pelos acorrentados para serem os líderes. Em diversas áreas.

Enquanto as pessoas acorrentadas discutem entre si sobre o mundo em que vivem, os amos da caverna riem e caçoam deles. Uma das características desses amos é que eles não costumam aparecer. Não gostam de aparecer.Só que uma dessas pessoas, que chamaremos de Sócrates, começa a se questionar sobre toda essa situação. Quanto mais se questiona mais ele vai percebendo que há algo de errado nele e no mundo em que vive. As outras pessoas acorrentadas mais próximas já começam a olhar diferente pra ele.

Sócrates não liga e começa a se remexer da cadeira. Quanto mais se remexe da cadeira, mais ele sente que há algo de estranho com ele. Até que um dia percebe que está acorrentado. Se você está dormindo, acorda e vê que está acorrentado, qual a sua reação, leitor? Pois bem, Sócrates não é diferente, e quer se libertar das correntes. Depois de muita luta, consegue se livrar das correntes. Primeiramente de braços e pescoço. Livre das correntes do pescoço ele pode olhar de lado e pra trás e vê, as pessoas acorrentadas, a fogueira, enfim, ter uma visão da caverna e perceber que esse mundo é uma ilusão. Depois, consegue se livrar das correntes dos pés.

Analise bem: ele nasceu e cresceu nessa situação, nunca andou. Quando se levante e começa a andar tem extrema dificuldade. Já está desgastado pelo imenso esforço que teve pra se livrar das correntes. Mas consegue se adaptar e andar. Sócrates tenta alertar os outros acorrentados, inclusive os amigos, porém, sem sucesso. Pois esses acorrentados se julgam viver em um relativo "conforto" e tomam esse mundo como real. Quando vêem o estado de Sócrates, todo desgastado fisicamente e até psicologicamente, dizendo que o mundo em que vivem não é real, que vivem numa caverna úmida e escura, e etc... alguns acorrentados chegam até a chamá-lo de louco.

Sócrates vê que não vai obter sucesso e vê um pequeno feixe de luz vindo do topo da caverna, ele decide ir em direção a essa luz. Mas para isso é preciso escalar um grande paredão íngreme, cheio de obstáculos. Na escalada, de vez em quando escorrega, cai, e volta a escalar. Depois de muita luta, ele chega ao topo da caverna, e consegue sair da caverna. Vê o sol pela primeira vez, e nesse momento quase fica cego, pois nunca havia visto tanta luz. Depois de um tempo, ele consegue se adaptar a luz do sol, mas ainda com a vista não muito boa. Ele vê a natureza, os sábios e etc.

Conversa com alguns sábios e vê que este é o mundo real. Porém, bate um sentimento de misericórdia: e os amigos e todas as outras pessoas acorrentadas, vivendo nesta caverna achando que vivem num mundo real? Ele decide voltar. A descida foi tão difícil quanto à subida do paredão. Chegando nos amigos acorrentados, com a vista ruim, todo arrebentado, ele vai tentar liberta alguns acorrentados. Porém a recepção foi pior do que antes, quando ele tentou alerta-los antes de subir. Vê que alguns até são capazes de lutar ferozmente para proteger as correntes. Então, Sócrates chega a conclusão que o segredo é contar aos poucos, começando inicialmente a dizer que estão com os braços acorrentados, por exemplo.

Observa também que existe algumas pessoas que começam a se questionar e tem uma certa disposição a ouvi-lo. Essas pessoas são os idealistas. Uma dessas pessoas solta os braços e o pescoço, e como esse está numa condição parecida com o amigo acorrentado ao lado, este amigo acorrentado vai está mais disposto á ouvi-lo. Outro que consegue perceber que está acorrentado e começa a se remexer da cadeira, conta pro amigo ao lado que aquele mundo é uma ilusão e é preciso acordar. Assim uns vão se soltando, ajudando os mais próximos e também, caminhando em direção ao feixe de luz. Criando assim uma corrente discipular de mestre e discípulos. O que se solta é o filósofo. A luz do sol é a verdade. O que desce para ajudar os outros acorrentados é o político.

As sombras, o mundo da ilusão. A luz da fogueira, os nossos desejos. As correntes, a ignorância. Os amos são aqueles que controlam e mantém o mundo da ilusão tirando proveito da situação. Os acorrentados são a humanidade. O caminho de escalada até a luz do sol está cheio perigos: diversas crenças estranhas, ideologias confusas, materialismo e/ou misticismo em excesso, armadilhas etc. Esses são os obstáculos. A filosofia vem pra proteger esse idealista que está se remexendo da cadeira, mostrar atalhos seguros na escalada, até chegar ao topo da caverna e voltar.Esse é um resumo do Mito da Caverna, o capítulo VII do livro A República, que é de autoria do filósofo grego Platão. Mesmo escrito no século IV a.C., continua atual.

Aliás, existem várias obras que se referem a esse mito como o filme Matrix e o livro Alice no País das Maravilhas.Questione-se: será que os muitos líderes do presente e do passado, não são as sombras do Mito da Caverna? Ou são os amos? Será que não está faltando filósofos na política? Não só na política como em outras áreas? E como distinguir a verdadeira filosofia da falsa filosofia? São muitas as perguntas. Os antigos já diziam que a filosofia é a mãe de todas as ciências, e que a reposta está dentro de nós. É só procurarmos nos tornar, verdadeiramente, o que somos: seres humanos. Assim sendo, reconheceremos facilmente, quem é quem e qual caminho seguirmos. Como diria Sócrates: "Conhece-te a ti mesmo".

IG-Jornal de Debates

segunda-feira, 6 de abril de 2009

Mundo Grego-romano:o sagrado e o profano.



A história de Roma tem exercido fascínio por diversas gerações e não deixou ainda de o fazer. Os olhares especulativos de curiosos ou estudos de historiadores e arqueólogos estão geralmente voltados para a estrutura religiosa, governamental ou jurídica romana. Isto, porque sabemos a muito de sua forte influência em nossa sociedade.


O Direito, as Leis, são exemplos desta influência, além é claro da arquitetura, das artes, da própria religião e tantos outros.
No entanto, existe algo não muito estudado que exerceu grande influência na sociedade atual: a Educação.

Nossa sociedade cristã ocidental em muito espelhou-se no sistema educacional romano ao constituir escolas e universidades.

Alguns historiadores afirmam que Roma não tinha um sistema educacional formado. Realmente, não como o concebemos hoje, pois a educação estava a cargo da família e não do Estado.

No entanto, vemos que "As idéias e métodos educacionais do mundo antigo não morreram com a queda do Império Romano. Eles sobreviveram, até certo ponto, na Idade Média e foram conscientemente revividos pelos humanistas dos séculos XV e XVI".


2. A partir desta citação podemos ver que na realidade somos herdeiros da tradição retórica romana e de seu sistema educacional.


Para melhor compreensão, entendemos que a história de Roma e do império que se tornou não pode ser estudada como um todo uniforme, mas deve ser dividida entre seus principais momentos. Primeiramente precisamos olhar seus primórdios como Realeza, depois como República e por último como Império, cada momento possui suas peculiaridades culturais.


Claro que não iremos generalizar, neste trabalho apresentaremos apenas a educação em Roma, a capital do império, pois as diversas regiões romanas possuíam costumes e cultura diferenciados.


O ensino das primeiras letras apareceu em Roma por volta do século IV a. C. ainda no período da Realeza, no século III a. C. aparece o ensino que podemos considerar como o secundário, o ensino superior só apareceu no século I a. C., no final da República romana e tomou grande impulso durante o Império. "... o Estado romano não toma a seu cargo a tarefa de educar, que ficou deixada à iniciativa particular, (...) Só depois do advento do cristianismo, por volta do século IV d. C., é que surge e se espalha por todo o Império a escola pública, mantida pelos cofres dos municípios".



3. Primeiramente devemos observar que a sociedade romana era patriarcal, ou seja, o homem era o líder. O pater liderava a família e a sociedade. Os bens, a esposa, os filhos, os escravos e nome pertenciam ao pater.
A família romana foi a principal unidade social durante toda a República e o Império, sua origem está na gens.
A gens pode ser definida como um grupo de pessoas que possuíam um mesmo ancestral comum e sua origem reporta ao período da Realeza romana. "A gens tinha seus túmulos domésticos e cultos particulares; e todas elas se reuniam para tomar decisões coletivas".


4. Assim, a família romana se firmou como uma subdivisão da gens e passou a abranger tudo que se encontrava sob o domínio do pater familias.


5 . "Note-se que a sua relação com o poder político era bastante forte uma vez que os patres que compunham o Senado identificavam-se com os patres familiar um ou eram por estes escolhidos".


6. A vida social e econômica romana estava alicerçada na propriedade rural e seu cultivo agrícola. Este sistema de produção familiar assegurava a existência e a permanência da família patriarcal romana.


7. Por isso, não é difícil imaginar quem era o principal responsável pela educação do filho homem, o pater assumia a educação do filho a partir dos seis ou sete anos e somente durante a República é que surge a cátedra ou retórica para formar os oradores.


Durante a Realeza romana o pai educava o filho para a religião, sociedade e para a guerra.
A educação romana desde a Realeza até o Império era voltada para a guerra, mas principalmente para o culto religioso. A religião era o centro da vida romana.

Em Roma a medicina neste período, por exemplo, não se desenvolveu, pois todo o tipo de doença era considerada castigo divino e a cura somente poderia ser concedida pelos deuses. Assim, existiam deuses para todo o tipo de doença e orações próprias para qualquer enfermidade.

A casa familiar possuía muitas imagens para a proteção e o jovem desde cedo aprendia os rituais e o respeito aos deuses.
Aos jovens era ensinado que no lar uma chama de fogo não deveria ser apagada nunca, pois, representava a deusa da vida. A atmosfera do lar era voltada à religião, na entrada central montando guarda estavam as almas dos antepassados, em qualquer local que o menino fosse não poderia andar sem tropeçar em algum guardião sobrenatural.
A família era composta por vivos e mortos. "Todos juntos, formavam um microcosmos, não somente econômico e moral, mas também religioso, do qual o pater era o pai infalível.
Fazia os sacrifícios sobre o altar da casa. E em nome dos deuses dava ordens e repartia os castigos".



8.Nas palavras de Cícero vemos a importância que os romanos davam a educação ministrada pelo pater na vida do jovem. "A melhor das heranças que os pais podem deixar aos filhos, mais valiosa do que todo o património, é a glória da sua virtude e dos seus feitos, glória à qual deve ter-se por crime e injúria maculá-la".
9. Por isso, o pai era o responsável em passar os ritos, as responsabilidades e a educação para a vida.
Até os sete anos a criança era educada pela mãe e a partir de então passava à responsabilidade do pai, acompanhando-o em todos os seus afazeres, fossem agrícolas ou públicos, como nas Assembléias.
Desde a mais tenra idade ao jovem era ensinado que a família constituía uma verdadeira unidade militar e seus poderes estavam concentrados na figura do pai, o paterfamilias.
10 A educação se dividia em conhecimentos práticos e teóricos, além do treinamento militar.

A educação para o exército era importante, em Roma somente aquele que tivesse servido ao exército era considerado cidadão. Desta forma, os ginásios a moda grega eram dispensados pelos romanos, "Os patres romanos preferiam fortalecer os músculos de seus filhos colocando-os a trabalhar na enxada e no arado e depois entregando-os ao Exército...".
11. Assim como a educação era diferenciada de acordo com a situação financeira, o cumprimento do serviço militar também. Quanto mais rico o jovem mais anos de serviço militar deveria cumprir e mais impostos pagar. "Para quem quisesse ingressar em uma carreira pública, o mínimo eram dez anos".
12. Desta forma, vemos porque somente as famílias mais ricas tinham representantes em cargos públicos, pois só os ricos podiam dedicar tanto tempo ao exército, afastados do trabalho. No entanto, todos deveriam servir ao exército para tornarem-se cidadãos, para votar era preciso ter sido soldado.
13. Os jovens ingressavam nas regiões romanos aos dezesseis anos. A disciplina era tão dura e o trabalho tão árduo que todos os jovens preferiam o combate.
Ao jovem que exercia dez anos de serviço militar era preservado o direito de empreender a carreira pública quando voltasse para casa. Até 111 a. C. cidadania e exército eram sinônimos e o cidadão definia-se como soldado.
14 , após esta data surgiu o exército profissional que deixou de congregar todos os romanos. Apesar desta transformação, o exército não deixou de ser extremamente importante para a sociedade romana.
15. A língua romana, o latim, não possuía estrutura gramatical como o grego, vamos ver que somente após o contato com os helenos o rústico latim romano estruturou-se gramaticalmente.
Desta forma, os romanos se desenvolveram habilmente na oratória, muito importante para a vida pública em Roma durante a República.
A religiosidade tendia a disciplinar o menino romano. Disciplina era a forma como os romanos entendiam o ensino da cultura.
A religião era a forma pela qual a cultura e as lendas romanas eram ensinadas aos jovens. Até as guerras púnicas, entre 264 a 146 a. C. período de grande influência grega, eram os paters os encarregados da educação do filho.
Somente, a partir do maior contato com a cultura helena os romanos entregaram a educação de seus filhos a um tutor ou um paedagogus.
16 . O paedagogus não era propriamente o professor, pois neste período já existiam as escolas, e sim aquele que levava o jovem até a escola, como na Grécia. Como a convivência entre o menino e seu paedagogus passou a ser mais assídua, este assumiu algumas funções que antes eram exclusivas da família, como o ensino das lendas e da religião.
A figura do pedagogo surgiu durante a República, com a expansão e ascensão econômica romana, mas, somente entre a famílias ricas.
Para o jovem ter um pedagogo era sinal de status social. Por isso, muitas famílias ricas do interior romano enviavam seus filhos para estudarem em Roma, acompanhados de um paedagogus. Normalmente, após a educação romana estes jovens eram enviados para o aprimoramento de seus estudos na Grécia, o que muito legitimava o poder econômico da família.
Os romanos apesar de rústicos perante os gregos eram sedentos de conhecimento e foram alunos exemplares. Os romanos institucionalizaram a profissão de professor ao contratar professores gregos ou italianos helenizados para as primeiras escolas romanas no século III a. C. "Os professores gregos vieram para Roma e os romanos de bom-grado sentaram-se aos seus pés".

17. Ao jovem era ensinado a fidelidade ao estado, a fecundidade, aceitação da Lei, respeito, autoridade, firmeza frente a morte e valorização do sacrifício na guerra. O que importava ao romano não eram as intenções, mas as ações.

A educação romana saiu dos lares para as primeiras escolas durante o período da República, como já foi dito. Estas não estavam sob o comando do Estado, na verdade eram particulares. A intenção era preparar o jovem para a vida pública e cargos senatoriais.
Durante a República era a educação retórica a que mais se destacava, pois preparava o jovem para a oratória. O orador par os romanos deveria ser profundamente instruído em literatura, filosofia, história e leis romanas. No entanto, as escolas de retórica ensinavam a declamação e a composição de discursos.
Outras escolas assim surgiram para melhor preparar o jovem para a oratória. A escola romana não era como nossas escolas hoje, com vários professores de matérias diferentes ministrando aulas em um mesmo local, cada matéria, gramática, retórica, calculo, música e outras, era uma escola separada.
Existiam assim, escolas de gramática, de calculo e posteriormente de retórica.
O ensinamento de retórica e composição de discursos era ministrado após o aprendizado de gramática. Na escola de gramática o jovem aprendia a história romana, a literatura e principalmente o grego.
Os romanos cultos normalmente escreviam e se expressavam em grego, por este idioma possuir uma estrutura gramatical mais refinada. "Todavia, o próprio fato dos romanos adotarem o sistema grego é de inegável importância histórica e, por mais fiel que fosse essa adoção, eles deram um certo caráter romano ao que haviam tomado emprestado".
18. O próprio latim se desenvolveu gramaticalmente após o contato com o idioma grego. Os castigos eram comuns e a disciplina aplicada era rígida. Quintiliano, grande orador romano autor de Institutio Oratória, censurava o castigo físico e enfatizava o valor da emulação.

Ao contrário do que se pode pensar foi durante o Império que a educação romana se refinou. Conhecimentos foram aprimorados, a medicina antes considerada desnecessária diante da vontade divina, teve grande desenvolvimento neste período. Surgiram associações de médicos com a função de escolas, sobretudo provenientes da Magna Grécia e do Oriente helenizado. Na época imperial foi também organizado um serviço médico regular junto ao exército e à frota naval.

A retórica instrumento indispensável para a vida pública durante a República foi aprimorada nos tempos imperiais. "Sob o Império, a educação floresceu como nunca antes, havendo numerosas escolas tanto em Roma quanto nas províncias".
19. A Escola deste período centralizava-se na figura do mestre auxiliado as vezes por um assistente que ensinava apenas uma disciplina. O ludi magister era o mestre da escola primária aonde o menino aprendia a ler, escrever e os elementos básicos da aritmética.
havia o grammaticus grego e o grammaticus latino, o rhetor grego e o rhetor latino; havia escolas de geometria e música e, numa posição inferior, o calculator ou professor de aritmética comercial e o notarius ou professor de taquigrafia, cuja escola foi tão popular no final do Império".
20. Os jovens freqüentavam várias escolas ao mesmo tempo para completar sua educação.

O orador ideal para os romanos era aquele que tivesse freqüentado a escola secundária grega e latina, apreendesse geometria e música, além de passar por um professor de dicção e um instrutor físico antes de ingressar na escola de retórica.
A educação filosófica era voltada à moral e sabedoria, esta vinha depois da retórica.
Porém as escolas consideradas mais importantes pelos romanos eram a gramática e a retórica, por onde passavam os romanos ricos destinados à carreira pública.
Na escola de gramática o menino ficava dos treze aos quinze anos, onde aprendia as minúcias das línguas grega e latina, mas a maior parte do tempo dedicava a leitura dos clássicos das duas literaturas. O grammaticus ensinava teoria e não composição, esta o menino aprenderia quando ingressasse na escola de retórica.
A escola de gramática era considerada o secundário. Durante o Império os grammatici tenderam a aplicar os primeiros exercícios preparatórios para composição de discursos próprios da retórica, os progymnasmata. Estes exercícios não incentivavam a originalidade de idéias, mas o desenvolvimento do tema proposto, ampliando os domínios dos recursos de linguagem do aluno.
Na escola de retórica o jovem romano permanecia dos quinze aos dezoito anos onde aprendia teoria retórica e exercitava-se em constantes declamações.

"A declamação era um fim em si mesma, uma forma de oratória de direito próprio, e os retóricos declamavam em público, diante de platéias interessadas".
21. Os declamadores apresentavam temas fantásticos e melodramáticos com afastamento do mundo real, com trechos vistosos e rebuscados buscavam o aplauso imediato. As escolas romanas não buscavam formar o caráter da criança, ou ensinar religião, patriotismo e moralidade, ela apenas almejava ensinar um ramo de conhecimento, os outros ensinamentos eram deveres da família.
A educação romana despertava gosto vitalício pela leitura. Sabemos de homens como Plínio o Velho que não paravam de estudar ou compor nem na hora do banho ou das refeições.

Em Roma foi grande o índice de alfabetização, não eram somente os homens que tinham acesso a educação, mas as mulheres e os escravos, cidadãos e estrangeiros também estudavam. Apenas a educação retórica era voltada aos homens, pois preparava para a vida pública e cargos senatoriais.

A mulher em Roma não era considerada inferior ao homem, mas era subordinada a este quando casada. Como já dito, na família romana era o pater (pai) que tinha o poder de decisão sobre os filhos e esposa.
Os romanos gostavam de escrever e o faziam até nas paredes, eram muito comuns os grafites. Os ricos escreviam em tábuas de cera, posteriormente em papiros e os pobres com estiletes nas paredes, onde expressavam seus pensamentos.

22. A educação romana como vemos alcançava de forma diferenciada as diversas castas da sociedade, fossem plebeus ou patrícios, cidadãos ou estrangeiros.
Até o grego considerado língua refinada pode ser encontrada em grafites nos muros dos palácios romanos. "Mesmo numa parede, vemos uma pessoa qualquer teorizar e, por que não, mostrar que se filosofava, em grego, também nas camadas populares".
23.Desta forma, podemos concluir que a educação em Roma não era excludente, mas diferenciada, voltada para cada grupo e suas funções. Ao homem público educação retórica ao homem agrícola educação familiar.
Professora do Departamento de Biblioteconomia e História da FURG, mestre em História pela PUCRS e coordenadora do GPHA - Grupo de pesquisa de História Antiga.

Alexandre, o Grande


Alexandre, o Grande
Como o rei da Macedônia construiu seu império
Uma das personalidades mais fascinantes da história. Responsável pela construção de um dos maiores impérios que já existiu. Sua inteligência e gênio estratégico se tornaram lendários.
Alguns de seus contemporâneos chegaram até a supor que ele fosse filho de Zeus, o líder dos deuses do Olimpo.
Na verdade, Alexandre não era um deus, e nem um semideus, mas apenas um homem, com qualidades excepcionais, mas ainda assim um homem.
Vamos ver a seguir um pouco de sua vida e da época em que ele viveu. Mas antes de falarmos dele, vamos falar um pouco da Grécia Antiga - cuja cultura Alexandre difundiu para outras partes do mundo - e da Macedônia, a região onde esse conquistador, filho do rei Filipe 2º, nasceu.
O mundo grego
As cidades da Grécia antiga funcionavam como "países" ou Estados independentes, cada uma com seu próprio governo e suas próprias leis. Um grego nascido em uma cidade seria considerado estrangeiro em outra. Por isso, as cidades da Grécia antiga são chamadas de cidades-Estados.

A Guerra do Peloponeso
Embora compartilhassem a mesma língua, cultura e religião, os antigos gregos estavam divididos politicamente. Não raro, uma cidade grega estava em guerra contra outra. Uma dessas guerras foi a Guerra do Peloponeso, que durou quase 30 anos. A Guerra do Peloponeso foi travada entre as duas mais poderosas cidades-Estado da Grécia Antiga: Atenas e Esparta, que disputaram a hegemonia sobre a região.
Quase todas as cidades-Estado gregas se envolveram ou foram envolvidas no conflito, algumas se aliaram a Atenas, enquanto outras se aliaram a Esparta. Essa guerra teve início no ano 431 a.C e terminou somente em 404 a.C., quando Atenas rendeu-se a Esparta. Uma das conseqüências da Guerra do Peloponeso foi o extremo empobrecimento da população grega: os pobres ficaram ainda mais pobres e foram os que mais sofreram.
Contudo, enquanto as cidades-Estado gregas lutavam entre si, um reino vizinho, a Macedônia, ganhava força.
O Reino da Macedônia
A Macedônia localizava-se na península dos Bálcãs, também chamada de península Balcânica, a nordeste da Grécia. A maioria da população era formada por camponeses livres, cujas principais ocupações eram o cultivo de terras e a criação de gado. A língua falada na Macedônia era parecida com a falada na Grécia, mas não era exatamente a mesma.
Apesar das semelhanças culturais, os antigos gregos viam com desprezo o povo da Macedônia. Na visão preconceituosa dos antigos gregos, os macedônios não passavam de montanheses ignorantes que pouco diferiam dos povos chamados de "bárbaros". Em 359 a.C., aos 23 anos de idade, Filipe tornou-se rei da Macedônia, com o nome de Filipe 2º.
Antes disso, ele havia passado três anos como refém em Tebas, uma cidade grega, onde aprendeu as mais avançadas táticas militares da época e testemunhou as violentas batalhas entre as cidades gregas. Filipe 2º aplicou tudo o que aprendeu em Tebas para organizar um exército poderoso e bem treinado.
O exército de Filipe da Macedônia
A cavalaria do exército de Filipe 2º era toda formada por membros da nobreza (o grupo privilegiado) enquanto que a infantaria (o grupo de soldados que lutam a pé, sem montaria) era formada por homens livres pobres.
Ao transformar a Macedônia numa potência militar, Filipe 2º deu início à conquista da Grécia, que já se encontrava enfraquecida em decorrência da Guerra do Peloponeso.
O ateniense Demóstenes liderou uma união das cidades gregas contra a invasão macedônia. No entanto, essa união não foi suficiente para vencer o exército macedônio, que era muito mais bem treinado, e os gregos acabaram sendo derrotados definitivamente em 338 a.C. na batalha de Queronéia, nome de outra cidade grega.
Guerra contra a Pérsia
Após ter conquistado a Grécia, Filipe 2º começou a planejar uma guerra contra a Pérsia, região que corresponde mais ou menos ao Irã atual. Os persas eram donos de um grande império e vários povos estavam sob o seu domínio. Os tesouros dos reis persas e as terras férteis desse império atraíram o interesse do rei macedônio.
No entanto, Filipe 2º foi assassinado durante a festa de casamento de sua filha, quando já havia iniciado os preparativos para a guerra contra os persas. O assassino era supostamente um ex-amante rancoroso (tanto na Grécia quanto na Macedônia, era socialmente aceito que um homem tivesse amantes de ambos os sexos).
Também se suspeitou que Alexandre tivesse tramado o assassinato do próprio pai. Já segundo o historiador grego Plutarco, o assassinato foi tramado pelo recém coroado rei da Pérsia, Dario 3º.
Alexandre sobe ao trono
16 anos, quando o pai liderou um ataque contra a cidade de Bizâncio (atual Istambul, na Turquia)Com a morte do pai, Alexandre, que tinha então 20 anos, se tornou o novo rei da Macedônia. Antes de se tornar rei, o jovem Alexandre já tinha experiência política e militar. Aos , em 340 a.C., Alexandre assumiu temporariamente o reino da Macedônia.
Alexandre também auxiliou o pai na batalha de Queronéia, liderando a cavalaria.
Apesar de violento, Alexandre também era culto e sofisticado. Ele adquiriu uma sólida formação cultural graças às aulas que recebeu de Aristóteles, um dos maiores filósofos da Antigüidade. Aristóteles estudou na Academia de Platão, importante filósofo grego. Foi Filipe 2º quem confiou a educação de Alexandre aos cuidados de Aristóteles.
A conquista do Egito
Em 334 a.C., Alexandre liderou um exército de milhares de homens e atravessou a Ásia Menor. Esse exército era formado por macedônios e gregos. Além dos soldados, Alexandre também levou sábios da época para estudar a fauna e flora local e cartografar o terreno.O interesse de Alexandre pela ciência foi estimulado pelas aulas que teve com seu mestre.
Durante a campanha, o jovem rei conquistou o litoral da Ásia Menor, marchou contra a Síria e derrotou o exército persa na batalha de Isso. Também dominou Tiro, cidade portuária que era considerada inconquistável. Após a conquista dessa cidade, milhares de pessoas foram mortas e um e outras milhares foram escravizadas, pois Alexandre punia com a morte ou com a escravidão a população das cidades que ousassem resistir.
Depois disso, o exército de Alexandre avançou rumo ao Egito, onde não encontrou resistência. Para os egípcios, Alexandre foi considerado um libertador, porque os livrou do domínio persa. Por isso, os sacerdotes egípcios manifestaram sua gratidão fazendo de Alexandre um novo faraó. Vale lembrar que, no Egito, os faraós eram considerados deuses, o que dá uma idéia de como Alexandre era visto em sua época.
Alexandre aproveitou a ocasião e fundou uma nova cidade no Egito, Alexandria, que veio a se tornar local de uma das maiores bibliotecas da Antigüidade e um importante centro cultural nos séculos seguintes.
A queda do Império Persa
Do Egito, Alexandre marchou com seus soldados em direção à Mesopotâmia. O exército persa era mais numeroso que o de Alexandre e contava com cavalaria, elefantes (que eram usados nos campos de batalha mais ou menos como os atuais tanques de guerra) e carruagens com rodas cujos eixos tinham lâminas pontiagudas.
Quando essas carruagens corriam nos campos de batalha, essas lâminas giravam junto com as rodas e cortavam os soldados inimigos que estivessem no caminho. Apesar disso tudo, o exército persa acabou derrotado. Uma das razões para a derrota foi o fato de que os persas lutavam desmotivados: o rei Dario 3º havia obrigado os homens a se alistarem para a guerra.
O rei persa fugiu. Depois disso, o exército de Alexandre passou pelas cidades da Babilônia e de Persépolis. Essa última foi incendiada por ordem de Alexandre para vingar a destruição de Atenas pelos persas mais de 150 anos antes. Quando Alexandre finalmente alcançou Dario, este acabou morto por membros da sua própria corte.
Ambição sem limites de Alexandre
A ambição de Alexandre não conhecia limites. Não bastassem as conquistas já realizadas, ele decidiu invadir a Ásia Central, atravessando o que hoje é o Afeganistão em direção ao norte da Índia. A resistência da população local foi muito forte. Somente após três anos de luta e massacres o exército de Alexandre conseguiu conquistar uma pequena parte da região.
Alexandre pretendia penetrar ainda mais no território da Índia, mas os seus soldados, tanto gregos quanto macedônios, estavam cansados de guerras intermináveis e difíceis e se recusaram a prosseguir. A contragosto, em 325 a.C, Alexandre se viu obrigado a abandonar seus planos de novas conquistas.
Como resultado de todas essas campanhas, Alexandre criou um império que se estendia da Grécia ao rio Indo. Ele não voltou para a Macedônia, permanecendo na Babilônia. Imitando os antigos reis persas, ele cercou-se de luxo e até ordenou que seus nobres se ajoelhassem diante dele e beijassem sua mão.
Em 323 a.C, aos 33 anos incompletos, Alexandre morreu, vitimado por uma febre. Seus generais começaram a disputar o poder entre si. O vasto império acabou se dividindo em reinos menores, dos quais os mais importantes eram os da Macedônia, da Síria e do Egito.
Os generais de Alexandre se tornaram os governantes desses reinos.
O legado de Alexandre, o Grande
Alexandre contribuiu para a difusão da cultura grega no Oriente. Suas conquistas aproximaram Ocidente e Oriente, dando origem a uma nova cultura, a helenística, resultado da mistura das culturas ocidental e oriental. Em grande parte, essa mistura foi estimulada pelo próprio Alexandre, que além de ser tolerante em relação à religião e cultura dos povos conquistados, incentivava que os homens do exército se casassem com mulheres orientais. Ele próprio deu o exemplo, casando-se com três princesas persas. Ele teve dois filhos: um com uma de suas esposas e o outro com uma de suas concubinas.
Por fim, a figura de Alexandre acabou servindo de inspiração para outro líder militar que viveu depois dele: Júlio César, o general romano que fundamentou as bases do que veio a se tornar o Império Romano.

A sexualidade de Alexandre
Um dos aspectos que mais atrai a curiosidade do público atual a respeito de Alexandre é o fato de que, segundo várias fontes, Alexandre não escondia o fato de que mantinha relações sexuais com homens e mulheres. Esse aspecto foi bastante reforçado no filme "Alexandre", dirigido pelo cineasta norte-americano Oliver Stone. Segundo essas fontes, apesar de seus casamentos e filhos, Alexandre preferia a companhia de um dos seus amantes.
No entanto, de acordo com algumas dessas mesmas fontes, Alexandre condenava relacionamentos baseados apenas na atração física. Curiosamente, para alguns, no mundo grego, a homossexualidade masculina era tolerada apenas quando envolvesse o relacionamento de homens mais velhos com homens mais jovens (na visão dos gregos, a beleza era um atributo das pessoas jovens, tanto moças, quanto rapazes).
O que chamava a atenção no caso de Alexandre foi o fato de ter mantido relacionamentos com homens que tinham praticamente a mesma idade que ele. Por outro lado, muitos dos relatos a respeito da vida sexual ou amorosa de Alexandre são vistos com reservas, pois foram escritos muitos séculos depois de sua morte.

Sacro Império Romano-Germânico

Sacro Império Romano-Germânico

As relações do império com a Igreja Católica e os Habsburgo
Gilberto Salomão


Na então chamada de França Oriental, após um período de enfraquecimento do poder católico, assumiu o poder em 919 o duque da Saxônia, Henrique, sagrado pelo papa como Henrique 1º, rei dos germanos. Tal sagração é tida como a origem do reino alemão, já em forte vinculação com a Igreja.
Essa relação império germânico com Roma foi intensificada em 962, quando o papa sagrou o filho de Henrique 1º, Otto 1º, imperador dos germanos.
É esse episódio que é usualmente considerado como a gênese do Sacro Império.
O sacro império romano-germânico foi palco da Guerra dos Trinta Anos.
Histórico o poder político da Igreja Católica consolidou-se ao longo da Idade Média, paralelamente ao declínio da noção de Estado que trouxe o fim do Império Romano.
No vácuo gerado pela pulverização do poder político, cada vez mais fragmentado pelas relações de vassalagem, a Igreja assumiu um papel centralizador na vida européia.
Um dos fatos que marcou essa importância católica na vida política foi a coroação de Carlos Magno como imperador, no ano de 800.
Numa Europa já quase integralmente cristã, o título de imperador pressupunha um poder sobre a cristandade. A idéia vigente na época era de que havia um único poder, o poder de Deus, manifestando-se em termos espirituais no papado que legava ao imperador os assuntos temporais (da Terra).
O Tratado de Verdun, assinado entre os netos de Carlos Magno, em 843, dividindo o Império, representou um primeiro golpe nessa suposta unidade sob Deus, o papa e o imperador. Na área ocidental do Império, basicamente a atual França, o declínio do poder dos descendentes direto de Carlos Magno permitiu a ascensão de Hugo Capeto, em 938.
Esse rei, fundador da dinastia capetíngia, visando consolidar seu poder entrou em atritos com a Igreja Católica, não sendo confiável ao papado.
O poder papal mantinha, então, mais força na região alemã, onde havia surgido o sacro império. O título de imperador, ali, não era dinástico (ou seja, não passava de pai para filho, através de dinastia).
Era eleito por governantes de alguns dos principais Estados componentes do Império.
A configuração do eleitorado variou até o ano de 1356, quando a Bula Dourada fixou os 7 eleitores, mantidos até o final do Império, estabelecendo ainda funções para cada um dos chamados "príncipes eleitores". Eram eles o arcebispo de Mainz, arce-chanceler do império para a Alemanha; o arcebispo de Trier, arce-chanceler do império para a Gália; o arcebispo de Colônia, arce-chanceler do império para Itália; o rei da Boêmia, arce-copeiro do Império; o conde Palatino do Reno (cujas terras eram conhecidas como o Palatinado), arce-comissário do Império; o conde Palatino e duque da Saxônia, arce-marechal do Império; e o marquês de Brandemburgo, arce-camareiro do Império.
Dinastia dos Habsburgo Paralelamente a isso, consolidava-se o poder da mais importante família reinante européia no início da Idade Moderna, os Habsburgo.

A família tem origem no século 12 e o nome deriva de Habichtsburg, o castelo do falcão, sua morada oficial, construído em 1020, na Suíça.
A casa de Habsburgo subirá pela primeira vez ao trono imperial com Rodolfo I, que reinará o Sacro Império Romano-Germânico de 1273 a 1291.
Em 1278, após a derrota e morte do Rei da Boêmia Otokar 2º na batalha de Dürnkrut (no Marchfeld), o imperador obteve os ducados da Áustria e da Estíria. Os Habsburgo ampliaram sua influência graças à política de casamentos.
A fórmula Bella gerant alii; tu, felix Austria, nube (que outros guerreiem (enquanto) você, feliz Áustria, faz casamentos) sintetiza essa prática.
A eleição de Alberto 2º em 1438 e a de Frederico 3º em 1440 marcam o início de uma presença duradoura da chamada Casa da Áustria na chefia do Sacro Império. A partir daí, todos os imperadores, até o final do Império, com exceção do período entre 1740 e 1745, pertenceram a essa família.O apogeu do poder Habsburgo começou a se firmar com Maximiliano I, imperador do Sacro Império entre 1508 e 1519.
Com seu casamento com Maria da Borgonha, passou a governar Países Baixos, Luxemburgo e a Borgonha, além do Franco Condado, um território a leste na França, na fronteira com a Suíça.
Ao casar-se com a infanta Joana de Castela, seu filho Filipe, o Belo, tornou-se rei de Castela, Aragão, Nápoles e senhor das terras espanholas do Novo Mundo.
Pelo tratado de Viena, em 1515, Maximiliano 1º assegurou o casamento de seus dois netos com as herdeiras de Ladislau II da Polônia, dando aos Habsburgos as coroas da Boêmia e da Hungria a partir de 1526.
O neto de Maximiliano 1º da Áustria, Carlos 1º da Espanha (filho de Filipe, o Belo, arquiduque da Áustria, e de Joana, a Louca, rainha de Castela), foi o o grande herdeiro dessa política.
Herdando os domínios Habsburgo, Borgonha, Aragão, Castela, além dos imensos domínios espanhóis no Novo Mundo, ele foi eleito, em 1519, imperador do Sacro Império, com o título de Carlos 5º.
Nunca o ideal de uma monarquia imperial fortemente aliada à Igreja de Roma esteve tão próximo.
Mas foi durante seu reinado que a unidade sob o Império e Roma começou a ruir, com o advento da reforma luterana na Alemanha, dando início ao movimento protestante que se alastrou por grande parte da Europa.
Não há uma linha divisória clara entre as questões religiosas e políticas no período as contestações ao poder imperial ou dinástico assumissem sempre um caráter de contestação ao poder também de Roma.Tal vinculação já se evidenciara na própria Boêmia, palco da Guerra dos Trinta Anos, ainda no século 15. Ali, um movimento liderado por John Huss, propunha a reforma da Igreja, questionando a autoridade do papado em assuntos temporais.
Excomungado e morto na fogueira, Huss deixou a semente de uma rebeldia nacional contra a autoridade do papado e do Império. Essa mesma semente, decisiva para a vitória do movimento luterano, não foi contemplada na Boêmia, onde o poder católico voltaria a ser questionado.O final das guerras de religião na Alemanha, advindas da reforma luterana, estabelecia o princípio do cujus regio ejus religio, cada governante teria a liberdade de adotar a religião que quisesse e essa seria a religião dos súditos.
Tal fórmula, entretanto, aplicava-se apenas às religiões católica e luterana. Por outro lado, a segunda metade do século 16 foi marcada por uma forte penetração das idéias calvinistas na Alemanha, notadamente na região da Boêmia, encontrando ali um terreno fértil dada a herança que vinha desde John Huss.
Esse fato confrontava-se com as medidas católicas visando recuperar a força perdida.
A ação catequizante, notadamente dos jesuítas, permitiu a Roma recuperar parte dos seus fiéis, levando a uma posição de confronto com os luteranos e principalmente com os calvinistas, não contemplados por qualquer liberdade dentro do Império.

Veja também:

Guerra dos Trinta Anos
Paz de Vestfália

domingo, 5 de abril de 2009

História da Educação - Período Romano

História da Educação - Período Romano


Não existia democratização;
A educação dava ênfase à formação moral e física (formação do guerreiro);
O ideal de Direitos e Deveres.


O texto - base da educação romana, como atesta Cícero, foi por muito tempo o das Doze tábuas, fixado em 451 a.C., no bronze e exposto publicamente no fórum, para que todos pudessem vê-lo.
Nelas, sublinhava-se o valor da tradição (o espírito, os costumes, a disciplina dos pais) e delineava-se um código civil, baseado na pátria potestas e caracterizado por formas de relação social típicas de uma sociedade agrícola atrasada.
Como modelo educativo, as tábuas fixavam à dignidade, a coragem, a firmeza como valores máximos, ao lado, porém, da pietas e da parcimônia.
A educação na Roma arcaica teve, sobretudo, caráter prático, familiar e civil, destinada a formar em particular o civis romanos, superior aos outros povos pela consciência do direito como fundamento da própria “romanidade”.
Os civis romanos era, porém, formado antes de tudo em família pelo papel central do pai, mas também da mãe, por sua vez menos submissa e menos marginal na vida da família em comparação com a Grécia.
A mulher em Roma era valorizada como mater famílias, portanto reconhecida como sujeito educativo, que controlava a educação dos filhos, confiando-os a pedagogos e mestres. Diferente, entretanto, é o papel do pai, cuja auctoritas, destinada a formar o futuro cidadão, é colocada no centro da vida familiar e por ele exercida com dureza, abarcando cada aspecto da vida do filho (desde a moral até os estudos, as letras, a vida social).
Para as mulheres, porém, a educação era voltada a preparar seu papel de esposas e mães, mesmo se depois, gradativamente, a mulher tenha conquistado maior autonomia na sociedade romana. O ideal romano da mulher, fiel e operosa, atribui a ela, porém, um papel familiar e educativo.


Escola romana

Foi a partir do século Ii a. C. que em Roma também se foram organizando escolas segundo o modelo grego, destinadas a dar uma formação gramatical e retórica, ligada à língua grega. Só no século I a. C. é que foi fundada uma escola de retórica latina, que reconhecia total dignidade à literatura e à língua dos romanos. Pouco tempo depois, o espírito prático, próprio da cultura romana, levou a uma sistemática organização das escolas, divididas por graus e providas de instrumentos didáticos específicos (manuais).
Quanto aos graus, as escolas eram divididas em:

1. elementares (ou do litterator ou ludus, dirigidas pelo ludi magister e destinadas a dar a alfabetização primária:
ler, escrever e, freqüentemente, também calcular; tal escola funcionava em locais alugados ou na casa dos ricos; as crianças dirigiam-se para lá acompanhadas do paedagogus, escreviam com o estilete sobre tabuletas de cera, aprendiam as letras do alfabeto e sua combinação, calculavam usando os dedos ou pedrinhas – calculi - , passavam boa parte do dia na escola e eram submetidas à rígida disciplina do magister, que não excluía as punições físicas);

2. secundárias ou de gramática (nas quais se aprendia a cultura nas suas diversas formas: desde a música até a geometria, a astronomia, a literatura e a oratória; embora predominasse depois o ensino literário na sua forma gramatical e filosófica, exercido sobre textos gregos e latinos, através da lectio, da enarratio, da emendatio e do judicium);

3. escolas de retórica – política, forense, filosófica etc. – e elaboravam –se as suasoriae ou discursos sobre exemplos morais e as controversiae ou debates sobre problemas reais ou fictícios). Embora mais limitada em comparação à educação grega (eram escassas a gramática, a música, e também a ciência e a filosofia), mais utilitária, a formação escolar romana mantém bem no centro este princípio retórico e a tradição das artes liberais, resumidas no valor atribuído à palavra.

Existiam também, escolas para os grupos inferiores e subalternos, embora menos organizadas e institucionalizadas. Eram escolas técnicas e profissionalizantes, ligadas a os ofícios e às práticas de aprendizado das diversas artes. As técnicas eram ligadas num primeiro momento, ao exército e à agricultura, depois ao artesanato, e por fim ao artesanato de luxo.

A história de Roma Antiga é fascinante em função da cultura desenvolvida e dos avanços conseguidos por esta civilização. De uma pequena cidade, tornou-se um dos maiores impérios da antiguidade. Dos romanos, herdamos uma série de características culturais. O direito romano, até os dias de hoje está presente na cultura ocidental, assim como o latim, que deu origem a língua portuguesa, francesa, italiana e espanhola.

Origem de Roma :
explicação mitológicaOs romanos explicavam a origem de sua cidade através do mito de Rômulo e Remo. Segundo a mitologia romana, os gêmeos foram jogados no rio Tibre, na
Itália. Resgatados por uma loba, que os amamentou, foram criados posteriormente por um casal de pastores. Adultos, retornam a cidade natal de Alba Longa e ganham terras para fundar uma nova cidade que seria Roma.

Origens de Roma : explicação histórica e Monarquia Romana (753 a.C a 509 a.C)

De acordo com os historiadores, a fundação de Roma resulta da mistura de três povos que foram habitar a região da
Península Itálica :
gregos,
etruscos e italiotas. Desenvolveram na região uma economia baseada na agricultura e nas atividades pastoris.
A sociedade, nesta época, era formada por patrícios ( nobres proprietários de terras ) e plebeus ( comerciantes, artesãos e pequenos proprietários ). O sistema político era a monarquia, já que a cidade era governada por um rei de origem patrícia.
A religião neste período era politeísta, adotando deuses semelhantes aos dos gregos, porém com nomes diferentes. Nas artes destacava-se a pintura de afrescos, murais decorativos e esculturas com influências gregas.

República Romana (509 a.C. a 27 a.C)

Durante o período republicano, o senado Romano ganhou grande poder político. Os senadores, de origem patrícia, cuidavam das finanças públicas, da administração e da política externa. As atividades executivas eram exercidas pelos cônsules e pelos tribunos da plebe. A criação dos tribunos da plebe está ligada às lutas dos plebeus por uma maior participação política e melhores condições de vida. Em 367 a.C, foi aprovada a Lei Licínia, que garantia a participação dos plebeus no Consulado (dois cônsules eram eleitos: um patrício e um plebeu). Esta lei também acabou com a escravidão por dívidas (válida somente para cidadãos romanos).

Formação e Expansão do Império Romano

Após dominar toda a península itálica, os romanos partiram para as conquistas de outros territórios. Com um exército bem preparado e muitos recursos, venceram os cartagineses nas Guerras Púnicas (século III a.C).
Esta vitória foi muito importante, pois garantiu a supremacia romana no Mar Mediterrâneo. Os romanos passaram a chamar o Mediterrâneo de Mare Nostrum.Após dominar Cartago, Roma ampliou suas conquistas, dominando a
Grécia, o Egito, a Macedônia, a Gália, a Germânia, a Trácia, a Síria e a Palestina.
Com as conquistas, a vida e a estrutura de Roma passaram por significativas mudanças. O império romano passou a ser muito mais comercial do que agrário. Povos conquistados foram escravizados ou passaram a pagar impostos para o império. As províncias (regiões controladas por Roma) renderam grandes recursos para Roma. A capital do Império Romano enriqueceu e a vida dos romanos mudou.


Principais imperadores romanos :
Augusto (27 a.C. - 14 d.C),
Tibério (14-37),
Caligula (37-41),
Nero (54-68),
Marco Aurelio (161-180),
Comodus (180-192).

Pão e Circo Com o crescimento urbano vieram também os problemas sociais para Roma. A escravidão gerou muito desemprego na zona rural, pois muitos camponeses perderam seus empregos. Esta massa de desempregados migrou para as cidades romanas em busca de empregos e melhores condições de vida. Receoso de que pudesse acontecer alguma revolta de desempregados, o imperador criou a política do Pão e Circo. Esta consistia em oferecer aos romanos alimentação e diversão. Quase todos os dias ocorriam lutas de gladiadores nos estádios ( o mais famoso foi o Coliseu de Roma ), onde eram distribuídos alimentos. Desta forma, a população carente acabava esquecendo os problemas da vida, diminuindo as chances de revolta.

Cultura Romana

A cultura romana foi muito influenciada pela cultura grega. Os romanos "copiaram" muitos aspectos da arte, pintura e arquitetura grega.

Os balneários romanos espalharam-se pelas grandes cidades. Eram locais onde os senadores e membros da aristocracia romana iam para discutirem política e ampliar seus relacionamentos pessoais.A língua romana era o latim, que depois de um tempo espalhou-se pelos quatro cantos do império, dando origem na Idade Média, ao português, francês, italiano e espanhol.A mitologia romana representava formas de explicação da realidade que os romanos não conseguiam explicar de forma científica. Trata também da origem de seu povo e da cidade que deu origem ao império. Entre os principais mitos romanos, podemos destacar: Rômulo e Remo e O rapto de Proserpina.

Religião Romana

Os romanos eram politeístas, ou seja, acreditavam em vários deuses. A grande parte dos deuses romanos foram retirados do panteão grego, porém os nomes originais foram mudados. Muitos deuses de regiões conquistadas também foram incorporados aos cultos romanos. Os deuses eram antropomórficos, ou seja, possuíam características ( qualidades e defeitos ) de seres humanos, além de serem representados em forma humana.

Além dos deuses principais, os romanos cultuavam também os deuses lares e penates. Estes deuses eram cultuados dentro das casas e protegiam a família.Principais deuses romanos : Júpiter, Juno, Apolo, Marte, Diana, Vênus, Ceres e Baco.

Crise e decadência do Império Romano

Por volta do século III, o império romano passava por uma enorme crise econômica e política. A corrupção dentro do governo e os gastos com luxo retiraram recursos para o investimento no exército romano. Com o fim das conquistas territoriais, diminuiu o número de escravos, provocando uma queda na produção agrícola. Na mesma proporção, caia o pagamento de tributos originados das províncias.Em crise e com o exército enfraquecido, as fronteiras ficavam a cada dia mais desprotegidas. Muitos soldados, sem receber salário, deixavam suas obrigações militares.

Os povos germânicos, tratados como bárbaros pelos romanos, estavam forçando a penetração pelas fronteiras do norte do império. No ano de 395, o imperador Teodósio resolve dividir o império em: Império Romano do Ocidente, com capital em Roma e Império Romano do Oriente (Império Bizantino), com capital em Constantinopla.Em 476, chega ao fim o Império Romano do Ocidente, após a invasão de diversos povos bárbaros, entre eles, visigodos, vândalos, burgúndios, suevos, saxões, ostrogodos, hunos etc. Era o fim da Antiguidade e início de uma nova época chamada de Idade Média.

A crise do Império Romano do Ocidente favoreceu a invasão dos povos bárbaros

Após séculos de glórias e conquistas territoriais, o Império Romano começou a apresentar sinais de crise já no século III.

Causas da crise do Império Romano:- Enorme extensão territorial do império que dificultava a administração e controle militar (defesa);
- Com o fim das guerras de conquistas também diminuíram a entrada de escravos. Com menos mão-de-obra ocorreu uma forte crise na produção de alimentos;
- Aumento dos conflitos entre as classes de patrícios e plebeus, gerando instabilidade política;
- Crescimento do cristianismo que contestava as bases políticas do império (guerra, escravidão, domínio sobre os povos conquistados) e religiosas (politeísmo e culto divino do imperador);
- Aumento da corrupção no centro do império (Roma) e nas províncias (regiões conquistadas);Estes motivos enfraqueceram o Império Romano, facilitando a invasão dos povos bárbaros germânicos no século
V.
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Veja também:
Império Romano
Povos Bárbaros
Cristianismo
Religião Romana
Gladiadores
Legião Romana

Religião Romana

História da religião romana, influência grega, deuses, cultos domésticos, cristianismo, politeísmo
Júpiter: deus dos deuses da religião romana
Durante o período republicano e imperial, os romanos seguiram uma religião politeísta (crença em vários deuses), muito semelhante à religião praticada n
a
Grécia Antiga. Esta religião foi absorvida pelos romanos, graças aos contatos culturais e conquistas na península balcânica.

Porém, a religião romana não era, como muitos afirmam, uma cópia da religião grega. Os romanos incorporaram elementos religiosos etruscos e de outras regiões da península itálica.

Porém, a religião romana não era, como muitos afirmam, uma cópia da religião grega. Os romanos incorporaram elementos religiosos etruscos e de outras regiões da península itálica.

Os deuses romanos eram os mesmos da Grécia, porém com outros nomes.

deuses gregos

Uma prática religiosa muito comum na Roma Antiga era a existência de santuários domésticos, onde eram cultuados os deuses protetores do lar e da família (deuses lares e penates). Templos para o culto público aos deuses também foram erguidos em diversas províncias romanas.Os rituais religiosos romanos eram controlados pelos governantes romanos. O culto a uma religião diferente a do império era proibida e condenada. Os cristãos, por exemplo, foram perseguidos e assassinados em várias províncias do império romano. Para realizarem seus cultos, muitos cristãos encontravam-se nas catacumbas romanas.

Muitos imperadores, por exemplo, exigiram o culto pessoal como se fossem deuses. Esta prática começou a partir do governo do imperador Júlio César.

Com seu significativo crescimento, no século IV, o cristianismo passou a ser considerada religião oficial do Império Romano.

A prática do politeísmo foi, aos poucos, sendo abandonada.
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Veja também:

Império Romano
Crise do Império Romano
Gladiadores
Cristianismo

Cristianismo A doutrina cristã,

A história do Messias Jesus Cristo,

O livro Sagrado (a Bíblia), Expansão, Festas religiosas, Os Dez Mandamentos

A religião cristã surgiu na região da atual Palestina no século I. Essa região estava sob domínio do Império Romano neste período. Criada por Jesus, espalhou-se rapidamente pelos quatro cantos do mundo, se transformando atualmente na religião mais difundida.

Jesus foi perseguido pelo Império Romano, a pedido do imperador Otávio Augusto (Caio Júlio César Otaviano Augusto), pois defendia idéias muito contrárias aos interesses vigentes. Defendia a paz, a harmonia, o respeito um único Deus, o amor entre os homens e era contrário à escravidão.

Enquanto isso, os interesses do império eram totalmente contrários. Os cristãos foram muito perseguidos durante o Império Romano e para continuarem com a prática religiosa, usavam as catacumbas para encontros e realização de cultos.
Doutrina CristãDe acordo com a fé cristã, Deus mandou ao mundo seu filho para ser o salvador (Messias) dos homens. Este, seria o responsável por divulgar a palavra de Deus entre os homens. Foi perseguido, porém deu sua vida pelos homens. Ressuscitou e foi par o céu.

Ofereceu a possibilidade da salvação e da vida eterna após a morte, a todos aqueles que acreditam em Deus e seguem seus mandamentos.A principal idéia, ou mensagem, da religião cristã é a importância do amor divino sobre todas as coisas. Para os cristãos, Deus é uma trindade formada por : pai (Deus), filho (Jesus) e o Espírito Santo.
O Messias ( Salvador )Jesus nasceu na cidade de Belém, na região da Judéia. Sua família era muito simples e humilde. Por volta dos 30 anos de idade começa a difundir as idéias do cristianismo na região onde vivia. Desperta a atenção do imperador romano Julio César , que temia o aparecimento de um novo líder numa das regiões dominadas pelo Império Romano.

Em suas peregrinações, começa a realizar milagres e reúne discípulos e apóstolos por onde passa. Perseguido e preso pelos soldados romanos, foi condenado a morte por não reconhecer a autoridade divina do imperador. Aos 33 anos, morreu na cruz e foi sepultado. Ressuscitou no terceiro dia e apareceu aos discípulos dando a eles a missão de continuar os ensinamentos.
Difusão do cristianismoOs ideais de Jesus espalharam-se rapidamente pela
Ásia, Europa e África, principalmente entre a população mais carente, pois eram mensagens de paz, amor e respeito. Os apóstolos se encarregaram de tal tarefa.A religião fez tantos seguidores que no ano de 313, da nossa era, o imperador Constantino concedeu liberdade de culto. No ano de 392, o cristianismo é transformado na religião oficial do Império Romano.Na época das grandes navegações (séculos XV e XVI), a religião chega até a América através dos padres jesuítas, cuja missão era catequizar os indígenas.
A BíbliaO livro sagrado dos cristãos pode ser dividido em duas partes: Antigo e Novo Testamento. A primeira parte conta a criação do mundo, a
história, as tradições judaicas, as leis, a vida dos profetas e a vinda do Messias. No Novo Testamento, escrito após a morte de Jesus, fala sobre a vida do Messias, principalmente.
Principais festas religiosas

Natal : celebra o nascimento de Jesus Cristo (comemorado todo 25 de dezembro).

Páscoa : celebra a ressurreição de Cristo.Pentecostes : celebra os 50 dias após a Páscoa e recorda a descida e a unção do Espírito Santo aos apóstolos.
Os Dez MandamentosDe acordo com o cristianismo, Moisés recebeu Deus duas tábuas de pedra onde
continham os Dez Mandamentos:
1. Não terás outros deuses diante de mim.

2. Não farás para ti imagem de escultura, não te curvarás a elas, nem as servirás.

3. Não pronunciarás o nome do Senhor teu Deus em vão.

4. Lembra-te do dia do sábado para o santificar. Seis dias trabalharás, mas o sétimo dia é o sábado do seu Senhor teu Deus, não farás nenhuma obra.

5. Honra o teu pai e tua mãe.

6. Não matarás.

7. Não adulterarás.

8. Não furtarás.

9. Não dirás falso testemunho, não mentirás.

10. Não cobiçarás a mulher do próximo, nem a sua casa e seus bens.


Atualmente, encontramos três ramos do cristianismo : catolicismo, protestantismo e Igreja Ortodoxa.
Saiba mais sobre :

Império Romano Reformas Protestantes Religião Judaica

Deuses Gregos

Mitologia e religião grega,

deuses da Grécia Antiga,

panteão grego,

características e representações.
Zeus : deus dos deuses do Olimpo
Na
Grécia Antiga, as pessoas seguiam uma religião politeísta, ou seja, acreditavam em vários deuses.

Estes, apesar de serem imortais, possuíam características de comportamentos e atitudes semelhantes aos seres humanos.

Maldade, bondade, egoísmo, fraqueza, força, vingança e outras características estavam presentes nos deuses, segundo os gregos antigos. De acordo com este povo, as divindades habitavam o topo do Monte Olimpo, de onde decidiam a vida dos mortais.

Zeus era o de maior importãncia, considerado a divindade seprema do panteão grego. Acreditavam também que, muitas vezes, os deuses desciam do monte sagrado para relacionarem-se com as pessoas. Neste sentido, os heróis eram os filhos das divindades com os seres humanos comuns. Cada cidade da Grécia Antiga possuía um deus protetor.

Cada entidade divina representava forças da natureza ou sentimentos humanos.

Poseidon, por exemplo, era o representante dos mares e Afrodite a deusa da beleza corporal e do amor.

A mitologia grega era passada de forma oral de pai para filho e, muitas vezes, servia para explicar fenômenos da natureza ou passar conselhos de vida.

Ao invadir e dominar a Grécia, os romanos absorveram o panteão grego, modificando apenas os nomes dos deuses.
Conheça abaixo uma relação das principais divindades da Grécia Antiga e suas características.
Nome do deus
O que representava
Zeus
rei de todos os deuses
Afrodite
amor

Ares
guerra
Hades
mundo dos mortos e do subterrâneo
Hera
protetora das mulheres, do casamento e do nascimento
Poseidon
mares e oceanos
Eros
amor, paixão
Héstia
lar
Apolo
luz do Sol, poesia, música, beleza masculina
Ártemis
caça, castidade, animais selvagens e luz
Deméter
colheita, agricultura
Dionísio
festas, vinho
Hermes
mensageiro dos deuses, protetor dos comerciantes
Hefesto
metais, metalurgia, fogo
Crono
tempo
Gaia
planeta Terra