segunda-feira, 27 de abril de 2009
Matrix e a filosofia
Por Heraldo Aparecido Silva23/5/2003
"O que é Matrix? Controle. A Matrix é um mundo de sonhos gerado por computador... feito para nos controlar..." [Trecho da revelação feita por Morpheus a Neo]
(Andy & Larry Wachowski, The Matrix, EUA, 1999).
Em 1999, o cinema americano produziu Matrix (The Matrix, EUA, 1999), um filme, originalmente subestimado, que arregimentou milhares de admiradores no mundo todo e logo se transformou em uma referência para outras produções cinematográficas.
Um exemplo? Bem... se ficarmos apenas no efeito bullet time, lembraremos de várias paródias, plágios e "homenagens".
O fenômeno Matrix pode ser parcialmente compreendido se levarmos em consideração a profusão de influências e temas que aparecem, direta ou indiretamente, no roteiro e nas imagens do filme. Aí vão alguns exemplos: distopia, esperança, filosofia, 1984 de George Orwell, artes marciais, cibercultura, agentes secretos e teorias conspirativas, romance, Alice no país das maravilhas de Lewis Carroll, messianismo (crença na vinda do Salvador: Jesus, Messias, Buda, Rei Arthur), mitologia grega e céltica, Admirável mundo novo de Aldous Huxley, efeitos especiais revolucionários, nova estética super-heroística (óculos escuros, roupas pretas de couro e sobretudos substituem, respectivamente, máscaras, uniformes colantes coloridos e capas), ficção científica, animes e assim por diante. Como não dá para falar de todas estas coisas em poucas linhas, vamos especificar: faremos uma rápida comparação entre o filme Matrix e a filosofia grega de Sócrates e Platão.
Para começar, responda rápido: se o contrário de real é irreal, então qual é o contrário de virtual?
Se está se perguntando qual é a relação desta questão com o filme e a filosofia, respondo: tudo.
O filme praticamente começa com a pergunta "o que é Matrix?".
Alguém aí se lembra do diálogo entre Trinity e Neo?
Então... ela lhe diz:
"- É a pergunta que nos impulsiona, Neo. Foi a pergunta que te trouxe aqui. Você conhece a pergunta assim como eu". E ele: "- O que é a Matrix?". Em seguida, a jovem conclui: "- Sim, a resposta está aí. Ela está à sua procura. E te encontrará se você desejar".
Mas e a relação desta passagem com a filosofia? Bem, a filosofia ocidental (o pensamento crítico) surgiu na Grécia Antiga, por volta do século VI a. C., como uma alternativa ao mito (o pensamento ingênuo); ela começa através da pergunta "o que é a realidade"?. De modo geral, naquela época, os filósofos pré-socráticos deram duas explicações. A escola jônica, que se importava mais com a observação da natureza (physis) - daí o surgimento da física e da cosmologia - respondeu que o real é a physis; já a escola eleática, que se importava mais com a abstração - daí o surgimento da metafísica e da ontologia - respondeu que o real é o ser (ontos). Destas considerações, aqui expostas de modo breve e lacunar, originaram as investigações filosófico-científicas posteriores.
Chegou até aqui? Então, não boceje e continue.
Lembra da parte em que Morpheus (o deus dos sonhos e filho de Hipno, na mitologia grega) leva Neo até Oráculo e ela lhe mostra a frase "conhece-te a ti mesmo". Isso é grego também. É de um sujeito que mudou o panorama da história da filosofia e da humanidade: Sócrates (c. 470-399 a. C.), o fundador da ética ou filosofia moral. Por causa dele, as pessoas passaram a se interessar e estudar não apenas a realidade exterior (questões sobre a natureza, os astros etc.), mas também a interior (questões relativas ao ser humano, como política, educação, organização social, comportamento).
Três máximas socráticas ilustram o modo como ele conduziu a sua existência:
1) "Conhece-te a ti mesmo";
2) "Só sei que nada sei" e
3) "A vida sem reflexão não vale a pena ser vivida".
E daí? (geralmente os filósofos perguntam isso). Bem, daí que, na história de Sócrates, também tem um Oráculo, o Oráculo de Delfos, que disse para ele que o homem mais sábio de todos era... ele mesmo. Todo mundo achava isso, menos o próprio Sócrates. Mais ou menos como acontece com Neo no filme. Quase todo mundo o considera o Escolhido, exceto ele próprio.
Depois, de sua visita ao Oráculo, o ateniense Sócrates passou a abordar as pessoas e a discutir com elas os mais variados assuntos, no intuito de achar alguém que fosse realmente sábio, já que ele achava que nada sabia. Nestes diálogos, sempre colocava em prática as suas máximas: "Só sei que nada sei" e "Conhece-te a ti mesmo".
Isto significa que o método socrático, elenchus, pode ser dividido em duas partes: a primeira (destrutiva), com a ironia; e a segunda (construtiva), com a maiêutica. Para Sócrates, a sabedoria consiste primeiro no reconhecimento da própria ignorância - este conhecimento é o passo inicial em busca da sabedoria e envolve o abandono das idéias preconcebidas. Afinal, "as aparências enganam" e não queremos ser enganados por elas, certo?... certo (menos, é claro, para os partidários do Cypher - o traidor no primeiro filme -, que podem retrucar em uníssono: "- Me engana que eu gosto!").
Os diálogos socráticos eram inconclusivos, mas, após os mesmos, acreditava-se estar numa situação melhor do que a de outrora, uma vez que, embora não se soubesse o que era um objeto em questão, sabia-se o que ele não era.
O método maiêutico consiste em extrair idéias por meio de perguntas; a imagem é a de que as idéias já existem na mente "grávida" da pessoa, mas precisam de um "parto" para se tornarem manifestas. Este "poder da mente" é, de certo modo, sugerido no filmes em diversas ocasiões: tanto para propiciar feitos extraordinários quanto para causar a morte do "corpo real" através do virtual.
No fim, Sócrates foi injustamente condenado à morte por ter corrompido - através de idéias inéditas e contestadoras - a juventude, desrespeitar os deuses e confrontar o Estado.
O principal discípulo de Sócrates foi Platão (c. 429-347 a. C.). A passagem mais conhecida de suas obras, a alegoria da caverna (ou mito da caverna), está no livro A república. Agora um pouco de paciência e uma dica para entender o filme a partir desta perspectiva filosófica: ao ler o trecho a seguir, substitua a "caverna" pela realidade virtual de Matrix e o "fugitivo" por Neo e seus companheiros.
Platão exemplifica suas idéias sobre filosofia, política e realidade a partir da dramática alegoria da caverna sobre um grupo de prisioneiros confinados, desde o seu nascimento, no interior de uma caverna.
Estão acorrentados de uma tal maneira que só conseguem olhar para frente e tudo que vêem são sombras na parede. Tais sombras são projetadas pela escassa iluminação fornecida por uma fogueira que arde atrás deles.
Entre a fogueira e os prisioneiros, há uma passagem ascendente para fora da caverna e através da qual diversas pessoas entram e saem, fazendo com que os prisioneiros vejam variadas formas de sombras e ouçam o eco das vozes dos transeuntes. Em seguida, Platão afirma que um dos prisioneiros, após árdua luta, consegue se libertar das correntes e fugir.
Assim, pela primeira vez, o ex-prisioneiro, pode contemplar algo além daquilo ao qual estava habituado.
Mais do que meras sombras, ele vê a fogueira, os outros prisioneiros, a passagem ascendente e tudo o mais no interior da caverna. Depois, quando sai e atinge o mundo exterior, além de descobrir a existência de muitas outras coisas, é ofuscado por uma luminosidade ainda maior do que a da fogueira: a do Sol.
Atordoado, ele retorna à caverna em busca de refúgio e, também, para relatar o ocorrido aos seus antigos companheiros - estes, por sua vez, não crêem na voz dissonante do fugitivo e se recusam a serem libertados para compartilhar da mesma ‘experiência’. Em contrapartida, os prisioneiros também não conseguem convencer o fugitivo de seu suposto devaneio. Assim, terminam por silenciar, hostilizar e matar o pária fugitivo.
No filme, Morpheus alerta Neo, no "programa de treinamento" (após ele se distrair com "a Mulher de Vermelho" que, num piscar de olhos, dá lugar a um "agente" letal), que qualquer um em Matrix é um agente em potencial.
Agora o restante da interpretação.
Se considerarmos a linguagem metafísica e dualista de Platão (luz/sombra, ciência/opinião, essência/aparência), podemos afirmar que os prisioneiros são a humanidade ignorante - no sentido de não saber, não conhecer. Em Matrix, eles são representados pela humanidade prisioneira das máquinas tiranas.
As correntes que os retém são os hábitos retrógrados e nocivos (os vícios, opostos da virtude) que, se não impede, ao menos dificulta o acesso ao conhecimento. Em Matrix, as correntes também são nossos pseudoprazeres, a rotina e ilusão de realidade, resultado da "simulação neurointerativa".
Uma vez que as sombras são as únicas coisas que os prisioneiros vêem - não possuem outros referenciais - é natural que acreditem nelas como sendo a própria realidade - quando na verdade não são. Em Matrix, se você está sonhando e não percebe, como pode saber que tudo aquilo não é realidade? "- Acorde, Neo. (...) Siga o coelho branco".
O fugitivo representa o filósofo, aquele que tem acesso à luz - ao conhecimento. Em Matrix: é o que desconfia que está vivendo uma ilusão, como Neo.
O percurso até o conhecimento é ascendente e íngreme, assim como a passagem que une o interior ao exterior da caverna.
Da mesma forma que a visão necessita de tempo para, de forma gradativa, assimilar as mudanças de tons claros e escuros a que são submetidos os objetos quando passamos das luzes às trevas e vice-versa; a compreensão e a aprendizagem demandam tempo, requerem um período para adaptação.
Em Matrix recorde o difícil processo de readaptação pela qual Neo e todos os outros antes dele tiveram de se submeter.
A missão do filósofo (e de Neo ou de qualquer um que se livre do controle de Matrix, conforme esta interpretação) é conhecer a verdadeira realidade (sair da Matrix), regressar à caverna - lugar obscuro, pleno de crenças, aparências e superstições - (voltar à Matrix) e instruir os demais (em Matrix: libertar todos).
Tarefa nada fácil, já que as idéias retrógradas são predominantes e costumam condenar, de modo prévio, todo ineditismo (em Matrix: não resista, esqueça, se submeta para não precisar ser eliminado).
Parafraseando Platão, podermos dizer que "a realidade não é o que alguns apregoam que ela é". A realidade é virtual, é Matrix.
Em virtude da extensão do legado platônico, muitas de suas idéias não foram aqui abordadas; todavia, faz-se necessária uma pequena e lacunar menção sobre duas noções importantes: a teoria das formas ou idéias e da doutrina da reminiscência.
Para Platão, no diálogo Mênon, o início do processo de conhecimento é justificado pela doutrina da reminiscência ou anamnese, uma precursora solução inatista que sustenta a idéia segundo a qual existe um conhecimento prévio, resultante da contemplação das formas perfeitas e imutáveis pela alma imortal antes da reencarnação.
Portanto, a partir deste exemplo, podemos notar que é através da teoria das formas ou idéias e da doutrina da reminiscência, que Platão defende que o conhecimento é a rememoração. Já no filme, na barganha que Cypher faz com o agente Smith, ele exige entre outras coisas, esquecer tudo, não se lembrar de nada.
Para finalizar, um pouco de heresia filosófica: o "momento aristotélico" do filme fica por conta das máquinas. Calma, eu explico.
Antes de seguir suas próprias idéias Aristóteles foi o mais importante discípulo de Platão. Sistematizador da lógica, ele valorizava extremamente o conhecimento empírico e as ciências naturais.
Classificava tudo metodicamente, principalmente quando se tratava de suas investigações no campo da biologia. Se alguém aí falou "Agente Smith" e "Inteligência Artificial", acertou.
Vamos recordar.
No universo do filme Matrix, por volta de 2199, a Terra fica devastada como resultado de uma guerra ocorrida entre humanos e máquinas. A humanidade não consegue vencer a Inteligência Artificial, "uma consciência singular que gerou uma raça inteira de máquinas" (segundo relato de Morpheus), bloqueando a energia solar da qual dependiam as máquinas. Ironicamente, os seres humanos derrotados tornam-se baterias de "bioeletricidade" e acabam substituindo a função do Sol, pois, através de uma "espécie de fusão", são usados para fornecer a energia de que elas precisam.
Na cena em que Morpheus encontra-se prisioneiro do Agente Smith, este revela que, ao tentar classificar a raça humana, fez uma descoberta surpreendente: ele sustenta que nós, seres humanos, não somos mamíferos, porque não entramos em equilíbrio com o meio ambiente. Ao contrário dos mamíferos, nós nos mudamos para uma área e nos multiplicamos até consumirmos todos os recursos naturais para depois, mudar novamente para outra.
Segundo o Agente Smith, o "outro organismo neste planeta que segue o mesmo padrão" é um "vírus".
Conforme especulações e notícias divulgadas recentemente sobre a continuação - Matrix Reloaded - teremos oportunidade de nos confrontarmos de novo com os golpes, a retórica e a lógica do agente Smith.
Heraldo Aparecido Silva, professor de filosofia e vice-presidente do Centro de Estudos em Filosofia Americana
quinta-feira, 23 de abril de 2009
O Mito da Caverna de Platão
Semelhante ao cinema moderno. Por trás das fileiras de cadeiras, há uma fogueira. Entre a fogueira e as cadeiras passam algumas pessoas com objetos e animais. Os sons dessas pessoas, objetos e animais ecoam pela caverna até chegar ao grande paredão e por fim chegar aos acorrentados. A luz que a fogueira emiti bate nessas pessoas, animais e objetos e nas demais pessoas acorrentadas fazendo surgir sombras no grande paredão. Essas pessoas acorrentadas vêem essas sombras como se fossem reais. Pois esse é o único mundo que conhecem.
Mais acima da caverna, como se fosse os camarotes, vive os chamados amos da caverna. São eles que controlam todo o esquema. No topo da caverna, existe uma pequena saída pelo qual o sol emiti um pequeno feixe de luz que chega até lá embaixo, próximo às pessoas acorrentadas. Porém, entre a fogueira e o topo da caverna existe um imenso paredão bem íngreme, cheio de obstáculos, difícil de escalar. Do lado de fora da caverna existe árvores, rios, o sol... enfim, a natureza e alguns sábios. As sombras mais diferenciadas são eleitas pelos acorrentados para serem os líderes. Em diversas áreas.
Enquanto as pessoas acorrentadas discutem entre si sobre o mundo em que vivem, os amos da caverna riem e caçoam deles. Uma das características desses amos é que eles não costumam aparecer. Não gostam de aparecer.Só que uma dessas pessoas, que chamaremos de Sócrates, começa a se questionar sobre toda essa situação. Quanto mais se questiona mais ele vai percebendo que há algo de errado nele e no mundo em que vive. As outras pessoas acorrentadas mais próximas já começam a olhar diferente pra ele.
Sócrates não liga e começa a se remexer da cadeira. Quanto mais se remexe da cadeira, mais ele sente que há algo de estranho com ele. Até que um dia percebe que está acorrentado. Se você está dormindo, acorda e vê que está acorrentado, qual a sua reação, leitor? Pois bem, Sócrates não é diferente, e quer se libertar das correntes. Depois de muita luta, consegue se livrar das correntes. Primeiramente de braços e pescoço. Livre das correntes do pescoço ele pode olhar de lado e pra trás e vê, as pessoas acorrentadas, a fogueira, enfim, ter uma visão da caverna e perceber que esse mundo é uma ilusão. Depois, consegue se livrar das correntes dos pés.
Analise bem: ele nasceu e cresceu nessa situação, nunca andou. Quando se levante e começa a andar tem extrema dificuldade. Já está desgastado pelo imenso esforço que teve pra se livrar das correntes. Mas consegue se adaptar e andar. Sócrates tenta alertar os outros acorrentados, inclusive os amigos, porém, sem sucesso. Pois esses acorrentados se julgam viver em um relativo "conforto" e tomam esse mundo como real. Quando vêem o estado de Sócrates, todo desgastado fisicamente e até psicologicamente, dizendo que o mundo em que vivem não é real, que vivem numa caverna úmida e escura, e etc... alguns acorrentados chegam até a chamá-lo de louco.
Sócrates vê que não vai obter sucesso e vê um pequeno feixe de luz vindo do topo da caverna, ele decide ir em direção a essa luz. Mas para isso é preciso escalar um grande paredão íngreme, cheio de obstáculos. Na escalada, de vez em quando escorrega, cai, e volta a escalar. Depois de muita luta, ele chega ao topo da caverna, e consegue sair da caverna. Vê o sol pela primeira vez, e nesse momento quase fica cego, pois nunca havia visto tanta luz. Depois de um tempo, ele consegue se adaptar a luz do sol, mas ainda com a vista não muito boa. Ele vê a natureza, os sábios e etc.
Conversa com alguns sábios e vê que este é o mundo real. Porém, bate um sentimento de misericórdia: e os amigos e todas as outras pessoas acorrentadas, vivendo nesta caverna achando que vivem num mundo real? Ele decide voltar. A descida foi tão difícil quanto à subida do paredão. Chegando nos amigos acorrentados, com a vista ruim, todo arrebentado, ele vai tentar liberta alguns acorrentados. Porém a recepção foi pior do que antes, quando ele tentou alerta-los antes de subir. Vê que alguns até são capazes de lutar ferozmente para proteger as correntes. Então, Sócrates chega a conclusão que o segredo é contar aos poucos, começando inicialmente a dizer que estão com os braços acorrentados, por exemplo.
Observa também que existe algumas pessoas que começam a se questionar e tem uma certa disposição a ouvi-lo. Essas pessoas são os idealistas. Uma dessas pessoas solta os braços e o pescoço, e como esse está numa condição parecida com o amigo acorrentado ao lado, este amigo acorrentado vai está mais disposto á ouvi-lo. Outro que consegue perceber que está acorrentado e começa a se remexer da cadeira, conta pro amigo ao lado que aquele mundo é uma ilusão e é preciso acordar. Assim uns vão se soltando, ajudando os mais próximos e também, caminhando em direção ao feixe de luz. Criando assim uma corrente discipular de mestre e discípulos. O que se solta é o filósofo. A luz do sol é a verdade. O que desce para ajudar os outros acorrentados é o político.
As sombras, o mundo da ilusão. A luz da fogueira, os nossos desejos. As correntes, a ignorância. Os amos são aqueles que controlam e mantém o mundo da ilusão tirando proveito da situação. Os acorrentados são a humanidade. O caminho de escalada até a luz do sol está cheio perigos: diversas crenças estranhas, ideologias confusas, materialismo e/ou misticismo em excesso, armadilhas etc. Esses são os obstáculos. A filosofia vem pra proteger esse idealista que está se remexendo da cadeira, mostrar atalhos seguros na escalada, até chegar ao topo da caverna e voltar.Esse é um resumo do Mito da Caverna, o capítulo VII do livro A República, que é de autoria do filósofo grego Platão. Mesmo escrito no século IV a.C., continua atual.
Aliás, existem várias obras que se referem a esse mito como o filme Matrix e o livro Alice no País das Maravilhas.Questione-se: será que os muitos líderes do presente e do passado, não são as sombras do Mito da Caverna? Ou são os amos? Será que não está faltando filósofos na política? Não só na política como em outras áreas? E como distinguir a verdadeira filosofia da falsa filosofia? São muitas as perguntas. Os antigos já diziam que a filosofia é a mãe de todas as ciências, e que a reposta está dentro de nós. É só procurarmos nos tornar, verdadeiramente, o que somos: seres humanos. Assim sendo, reconheceremos facilmente, quem é quem e qual caminho seguirmos. Como diria Sócrates: "Conhece-te a ti mesmo".
IG-Jornal de Debates
segunda-feira, 6 de abril de 2009
Mundo Grego-romano:o sagrado e o profano.
Alexandre, o Grande
A Guerra do Peloponeso
A sexualidade de Alexandre
Sacro Império Romano-Germânico
As relações do império com a Igreja Católica e os Habsburgo
Gilberto Salomão
Na então chamada de França Oriental, após um período de enfraquecimento do poder católico, assumiu o poder em 919 o duque da Saxônia, Henrique, sagrado pelo papa como Henrique 1º, rei dos germanos. Tal sagração é tida como a origem do reino alemão, já em forte vinculação com a Igreja.
Essa relação império germânico com Roma foi intensificada em 962, quando o papa sagrou o filho de Henrique 1º, Otto 1º, imperador dos germanos.
É esse episódio que é usualmente considerado como a gênese do Sacro Império.
O sacro império romano-germânico foi palco da Guerra dos Trinta Anos.
Histórico o poder político da Igreja Católica consolidou-se ao longo da Idade Média, paralelamente ao declínio da noção de Estado que trouxe o fim do Império Romano.
No vácuo gerado pela pulverização do poder político, cada vez mais fragmentado pelas relações de vassalagem, a Igreja assumiu um papel centralizador na vida européia.
Um dos fatos que marcou essa importância católica na vida política foi a coroação de Carlos Magno como imperador, no ano de 800.
Numa Europa já quase integralmente cristã, o título de imperador pressupunha um poder sobre a cristandade. A idéia vigente na época era de que havia um único poder, o poder de Deus, manifestando-se em termos espirituais no papado que legava ao imperador os assuntos temporais (da Terra).
O Tratado de Verdun, assinado entre os netos de Carlos Magno, em 843, dividindo o Império, representou um primeiro golpe nessa suposta unidade sob Deus, o papa e o imperador. Na área ocidental do Império, basicamente a atual França, o declínio do poder dos descendentes direto de Carlos Magno permitiu a ascensão de Hugo Capeto, em 938.
Esse rei, fundador da dinastia capetíngia, visando consolidar seu poder entrou em atritos com a Igreja Católica, não sendo confiável ao papado.
O poder papal mantinha, então, mais força na região alemã, onde havia surgido o sacro império. O título de imperador, ali, não era dinástico (ou seja, não passava de pai para filho, através de dinastia).
Era eleito por governantes de alguns dos principais Estados componentes do Império.
A configuração do eleitorado variou até o ano de 1356, quando a Bula Dourada fixou os 7 eleitores, mantidos até o final do Império, estabelecendo ainda funções para cada um dos chamados "príncipes eleitores". Eram eles o arcebispo de Mainz, arce-chanceler do império para a Alemanha; o arcebispo de Trier, arce-chanceler do império para a Gália; o arcebispo de Colônia, arce-chanceler do império para Itália; o rei da Boêmia, arce-copeiro do Império; o conde Palatino do Reno (cujas terras eram conhecidas como o Palatinado), arce-comissário do Império; o conde Palatino e duque da Saxônia, arce-marechal do Império; e o marquês de Brandemburgo, arce-camareiro do Império.
Dinastia dos Habsburgo Paralelamente a isso, consolidava-se o poder da mais importante família reinante européia no início da Idade Moderna, os Habsburgo.
A família tem origem no século 12 e o nome deriva de Habichtsburg, o castelo do falcão, sua morada oficial, construído em 1020, na Suíça.
A casa de Habsburgo subirá pela primeira vez ao trono imperial com Rodolfo I, que reinará o Sacro Império Romano-Germânico de 1273 a 1291.
Em 1278, após a derrota e morte do Rei da Boêmia Otokar 2º na batalha de Dürnkrut (no Marchfeld), o imperador obteve os ducados da Áustria e da Estíria. Os Habsburgo ampliaram sua influência graças à política de casamentos.
A fórmula Bella gerant alii; tu, felix Austria, nube (que outros guerreiem (enquanto) você, feliz Áustria, faz casamentos) sintetiza essa prática.
A eleição de Alberto 2º em 1438 e a de Frederico 3º em 1440 marcam o início de uma presença duradoura da chamada Casa da Áustria na chefia do Sacro Império. A partir daí, todos os imperadores, até o final do Império, com exceção do período entre 1740 e 1745, pertenceram a essa família.O apogeu do poder Habsburgo começou a se firmar com Maximiliano I, imperador do Sacro Império entre 1508 e 1519.
Com seu casamento com Maria da Borgonha, passou a governar Países Baixos, Luxemburgo e a Borgonha, além do Franco Condado, um território a leste na França, na fronteira com a Suíça.
Ao casar-se com a infanta Joana de Castela, seu filho Filipe, o Belo, tornou-se rei de Castela, Aragão, Nápoles e senhor das terras espanholas do Novo Mundo.
Pelo tratado de Viena, em 1515, Maximiliano 1º assegurou o casamento de seus dois netos com as herdeiras de Ladislau II da Polônia, dando aos Habsburgos as coroas da Boêmia e da Hungria a partir de 1526.
O neto de Maximiliano 1º da Áustria, Carlos 1º da Espanha (filho de Filipe, o Belo, arquiduque da Áustria, e de Joana, a Louca, rainha de Castela), foi o o grande herdeiro dessa política.
Herdando os domínios Habsburgo, Borgonha, Aragão, Castela, além dos imensos domínios espanhóis no Novo Mundo, ele foi eleito, em 1519, imperador do Sacro Império, com o título de Carlos 5º.
Nunca o ideal de uma monarquia imperial fortemente aliada à Igreja de Roma esteve tão próximo.
Mas foi durante seu reinado que a unidade sob o Império e Roma começou a ruir, com o advento da reforma luterana na Alemanha, dando início ao movimento protestante que se alastrou por grande parte da Europa.
Não há uma linha divisória clara entre as questões religiosas e políticas no período as contestações ao poder imperial ou dinástico assumissem sempre um caráter de contestação ao poder também de Roma.Tal vinculação já se evidenciara na própria Boêmia, palco da Guerra dos Trinta Anos, ainda no século 15. Ali, um movimento liderado por John Huss, propunha a reforma da Igreja, questionando a autoridade do papado em assuntos temporais.
Excomungado e morto na fogueira, Huss deixou a semente de uma rebeldia nacional contra a autoridade do papado e do Império. Essa mesma semente, decisiva para a vitória do movimento luterano, não foi contemplada na Boêmia, onde o poder católico voltaria a ser questionado.O final das guerras de religião na Alemanha, advindas da reforma luterana, estabelecia o princípio do cujus regio ejus religio, cada governante teria a liberdade de adotar a religião que quisesse e essa seria a religião dos súditos.
Tal fórmula, entretanto, aplicava-se apenas às religiões católica e luterana. Por outro lado, a segunda metade do século 16 foi marcada por uma forte penetração das idéias calvinistas na Alemanha, notadamente na região da Boêmia, encontrando ali um terreno fértil dada a herança que vinha desde John Huss.
Esse fato confrontava-se com as medidas católicas visando recuperar a força perdida.
A ação catequizante, notadamente dos jesuítas, permitiu a Roma recuperar parte dos seus fiéis, levando a uma posição de confronto com os luteranos e principalmente com os calvinistas, não contemplados por qualquer liberdade dentro do Império.
Veja também:
Guerra dos Trinta Anos
Paz de Vestfália
domingo, 5 de abril de 2009
História da Educação - Período Romano
Não existia democratização;
A educação dava ênfase à formação moral e física (formação do guerreiro);
O ideal de Direitos e Deveres.
O texto - base da educação romana, como atesta Cícero, foi por muito tempo o das Doze tábuas, fixado em 451 a.C., no bronze e exposto publicamente no fórum, para que todos pudessem vê-lo.
Nelas, sublinhava-se o valor da tradição (o espírito, os costumes, a disciplina dos pais) e delineava-se um código civil, baseado na pátria potestas e caracterizado por formas de relação social típicas de uma sociedade agrícola atrasada.
Como modelo educativo, as tábuas fixavam à dignidade, a coragem, a firmeza como valores máximos, ao lado, porém, da pietas e da parcimônia.
A educação na Roma arcaica teve, sobretudo, caráter prático, familiar e civil, destinada a formar em particular o civis romanos, superior aos outros povos pela consciência do direito como fundamento da própria “romanidade”.
Os civis romanos era, porém, formado antes de tudo em família pelo papel central do pai, mas também da mãe, por sua vez menos submissa e menos marginal na vida da família em comparação com a Grécia.
A mulher em Roma era valorizada como mater famílias, portanto reconhecida como sujeito educativo, que controlava a educação dos filhos, confiando-os a pedagogos e mestres. Diferente, entretanto, é o papel do pai, cuja auctoritas, destinada a formar o futuro cidadão, é colocada no centro da vida familiar e por ele exercida com dureza, abarcando cada aspecto da vida do filho (desde a moral até os estudos, as letras, a vida social).
Para as mulheres, porém, a educação era voltada a preparar seu papel de esposas e mães, mesmo se depois, gradativamente, a mulher tenha conquistado maior autonomia na sociedade romana. O ideal romano da mulher, fiel e operosa, atribui a ela, porém, um papel familiar e educativo.
Escola romana
Foi a partir do século Ii a. C. que em Roma também se foram organizando escolas segundo o modelo grego, destinadas a dar uma formação gramatical e retórica, ligada à língua grega. Só no século I a. C. é que foi fundada uma escola de retórica latina, que reconhecia total dignidade à literatura e à língua dos romanos. Pouco tempo depois, o espírito prático, próprio da cultura romana, levou a uma sistemática organização das escolas, divididas por graus e providas de instrumentos didáticos específicos (manuais).
Quanto aos graus, as escolas eram divididas em:
1. elementares (ou do litterator ou ludus, dirigidas pelo ludi magister e destinadas a dar a alfabetização primária:
ler, escrever e, freqüentemente, também calcular; tal escola funcionava em locais alugados ou na casa dos ricos; as crianças dirigiam-se para lá acompanhadas do paedagogus, escreviam com o estilete sobre tabuletas de cera, aprendiam as letras do alfabeto e sua combinação, calculavam usando os dedos ou pedrinhas – calculi - , passavam boa parte do dia na escola e eram submetidas à rígida disciplina do magister, que não excluía as punições físicas);
2. secundárias ou de gramática (nas quais se aprendia a cultura nas suas diversas formas: desde a música até a geometria, a astronomia, a literatura e a oratória; embora predominasse depois o ensino literário na sua forma gramatical e filosófica, exercido sobre textos gregos e latinos, através da lectio, da enarratio, da emendatio e do judicium);
3. escolas de retórica – política, forense, filosófica etc. – e elaboravam –se as suasoriae ou discursos sobre exemplos morais e as controversiae ou debates sobre problemas reais ou fictícios). Embora mais limitada em comparação à educação grega (eram escassas a gramática, a música, e também a ciência e a filosofia), mais utilitária, a formação escolar romana mantém bem no centro este princípio retórico e a tradição das artes liberais, resumidas no valor atribuído à palavra.
Existiam também, escolas para os grupos inferiores e subalternos, embora menos organizadas e institucionalizadas. Eram escolas técnicas e profissionalizantes, ligadas a os ofícios e às práticas de aprendizado das diversas artes. As técnicas eram ligadas num primeiro momento, ao exército e à agricultura, depois ao artesanato, e por fim ao artesanato de luxo.
A história de Roma Antiga é fascinante em função da cultura desenvolvida e dos avanços conseguidos por esta civilização. De uma pequena cidade, tornou-se um dos maiores impérios da antiguidade. Dos romanos, herdamos uma série de características culturais. O direito romano, até os dias de hoje está presente na cultura ocidental, assim como o latim, que deu origem a língua portuguesa, francesa, italiana e espanhola.
Origem de Roma :
explicação mitológicaOs romanos explicavam a origem de sua cidade através do mito de Rômulo e Remo. Segundo a mitologia romana, os gêmeos foram jogados no rio Tibre, na Itália. Resgatados por uma loba, que os amamentou, foram criados posteriormente por um casal de pastores. Adultos, retornam a cidade natal de Alba Longa e ganham terras para fundar uma nova cidade que seria Roma.
Origens de Roma : explicação histórica e Monarquia Romana (753 a.C a 509 a.C)
De acordo com os historiadores, a fundação de Roma resulta da mistura de três povos que foram habitar a região da Península Itálica :
gregos, etruscos e italiotas. Desenvolveram na região uma economia baseada na agricultura e nas atividades pastoris.
A sociedade, nesta época, era formada por patrícios ( nobres proprietários de terras ) e plebeus ( comerciantes, artesãos e pequenos proprietários ). O sistema político era a monarquia, já que a cidade era governada por um rei de origem patrícia.
A religião neste período era politeísta, adotando deuses semelhantes aos dos gregos, porém com nomes diferentes. Nas artes destacava-se a pintura de afrescos, murais decorativos e esculturas com influências gregas.
República Romana (509 a.C. a 27 a.C)
Durante o período republicano, o senado Romano ganhou grande poder político. Os senadores, de origem patrícia, cuidavam das finanças públicas, da administração e da política externa. As atividades executivas eram exercidas pelos cônsules e pelos tribunos da plebe. A criação dos tribunos da plebe está ligada às lutas dos plebeus por uma maior participação política e melhores condições de vida. Em 367 a.C, foi aprovada a Lei Licínia, que garantia a participação dos plebeus no Consulado (dois cônsules eram eleitos: um patrício e um plebeu). Esta lei também acabou com a escravidão por dívidas (válida somente para cidadãos romanos).
Formação e Expansão do Império Romano
Após dominar toda a península itálica, os romanos partiram para as conquistas de outros territórios. Com um exército bem preparado e muitos recursos, venceram os cartagineses nas Guerras Púnicas (século III a.C).
Esta vitória foi muito importante, pois garantiu a supremacia romana no Mar Mediterrâneo. Os romanos passaram a chamar o Mediterrâneo de Mare Nostrum.Após dominar Cartago, Roma ampliou suas conquistas, dominando a Grécia, o Egito, a Macedônia, a Gália, a Germânia, a Trácia, a Síria e a Palestina.
Com as conquistas, a vida e a estrutura de Roma passaram por significativas mudanças. O império romano passou a ser muito mais comercial do que agrário. Povos conquistados foram escravizados ou passaram a pagar impostos para o império. As províncias (regiões controladas por Roma) renderam grandes recursos para Roma. A capital do Império Romano enriqueceu e a vida dos romanos mudou.
Principais imperadores romanos :
Augusto (27 a.C. - 14 d.C),
Tibério (14-37),
Caligula (37-41),
Nero (54-68),
Marco Aurelio (161-180),
Comodus (180-192).
Pão e Circo Com o crescimento urbano vieram também os problemas sociais para Roma. A escravidão gerou muito desemprego na zona rural, pois muitos camponeses perderam seus empregos. Esta massa de desempregados migrou para as cidades romanas em busca de empregos e melhores condições de vida. Receoso de que pudesse acontecer alguma revolta de desempregados, o imperador criou a política do Pão e Circo. Esta consistia em oferecer aos romanos alimentação e diversão. Quase todos os dias ocorriam lutas de gladiadores nos estádios ( o mais famoso foi o Coliseu de Roma ), onde eram distribuídos alimentos. Desta forma, a população carente acabava esquecendo os problemas da vida, diminuindo as chances de revolta.
Cultura Romana
A cultura romana foi muito influenciada pela cultura grega. Os romanos "copiaram" muitos aspectos da arte, pintura e arquitetura grega.
Os balneários romanos espalharam-se pelas grandes cidades. Eram locais onde os senadores e membros da aristocracia romana iam para discutirem política e ampliar seus relacionamentos pessoais.A língua romana era o latim, que depois de um tempo espalhou-se pelos quatro cantos do império, dando origem na Idade Média, ao português, francês, italiano e espanhol.A mitologia romana representava formas de explicação da realidade que os romanos não conseguiam explicar de forma científica. Trata também da origem de seu povo e da cidade que deu origem ao império. Entre os principais mitos romanos, podemos destacar: Rômulo e Remo e O rapto de Proserpina.
Religião Romana
Os romanos eram politeístas, ou seja, acreditavam em vários deuses. A grande parte dos deuses romanos foram retirados do panteão grego, porém os nomes originais foram mudados. Muitos deuses de regiões conquistadas também foram incorporados aos cultos romanos. Os deuses eram antropomórficos, ou seja, possuíam características ( qualidades e defeitos ) de seres humanos, além de serem representados em forma humana.
Além dos deuses principais, os romanos cultuavam também os deuses lares e penates. Estes deuses eram cultuados dentro das casas e protegiam a família.Principais deuses romanos : Júpiter, Juno, Apolo, Marte, Diana, Vênus, Ceres e Baco.
Crise e decadência do Império Romano
Por volta do século III, o império romano passava por uma enorme crise econômica e política. A corrupção dentro do governo e os gastos com luxo retiraram recursos para o investimento no exército romano. Com o fim das conquistas territoriais, diminuiu o número de escravos, provocando uma queda na produção agrícola. Na mesma proporção, caia o pagamento de tributos originados das províncias.Em crise e com o exército enfraquecido, as fronteiras ficavam a cada dia mais desprotegidas. Muitos soldados, sem receber salário, deixavam suas obrigações militares.
Os povos germânicos, tratados como bárbaros pelos romanos, estavam forçando a penetração pelas fronteiras do norte do império. No ano de 395, o imperador Teodósio resolve dividir o império em: Império Romano do Ocidente, com capital em Roma e Império Romano do Oriente (Império Bizantino), com capital em Constantinopla.Em 476, chega ao fim o Império Romano do Ocidente, após a invasão de diversos povos bárbaros, entre eles, visigodos, vândalos, burgúndios, suevos, saxões, ostrogodos, hunos etc. Era o fim da Antiguidade e início de uma nova época chamada de Idade Média.
A crise do Império Romano do Ocidente favoreceu a invasão dos povos bárbaros
Após séculos de glórias e conquistas territoriais, o Império Romano começou a apresentar sinais de crise já no século III.
Causas da crise do Império Romano:- Enorme extensão territorial do império que dificultava a administração e controle militar (defesa);
- Com o fim das guerras de conquistas também diminuíram a entrada de escravos. Com menos mão-de-obra ocorreu uma forte crise na produção de alimentos;
- Aumento dos conflitos entre as classes de patrícios e plebeus, gerando instabilidade política;
- Crescimento do cristianismo que contestava as bases políticas do império (guerra, escravidão, domínio sobre os povos conquistados) e religiosas (politeísmo e culto divino do imperador);
- Aumento da corrupção no centro do império (Roma) e nas províncias (regiões conquistadas);Estes motivos enfraqueceram o Império Romano, facilitando a invasão dos povos bárbaros germânicos no século V.
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Veja também:
Império Romano
Povos Bárbaros
Cristianismo
Religião Romana
Gladiadores
Legião Romana
Religião Romana
História da religião romana, influência grega, deuses, cultos domésticos, cristianismo, politeísmo
Júpiter: deus dos deuses da religião romana
Durante o período republicano e imperial, os romanos seguiram uma religião politeísta (crença em vários deuses), muito semelhante à religião praticada na Grécia Antiga. Esta religião foi absorvida pelos romanos, graças aos contatos culturais e conquistas na península balcânica.
Porém, a religião romana não era, como muitos afirmam, uma cópia da religião grega. Os romanos incorporaram elementos religiosos etruscos e de outras regiões da península itálica.
Porém, a religião romana não era, como muitos afirmam, uma cópia da religião grega. Os romanos incorporaram elementos religiosos etruscos e de outras regiões da península itálica.
Os deuses romanos eram os mesmos da Grécia, porém com outros nomes.
deuses gregos
Uma prática religiosa muito comum na Roma Antiga era a existência de santuários domésticos, onde eram cultuados os deuses protetores do lar e da família (deuses lares e penates). Templos para o culto público aos deuses também foram erguidos em diversas províncias romanas.Os rituais religiosos romanos eram controlados pelos governantes romanos. O culto a uma religião diferente a do império era proibida e condenada. Os cristãos, por exemplo, foram perseguidos e assassinados em várias províncias do império romano. Para realizarem seus cultos, muitos cristãos encontravam-se nas catacumbas romanas.
Muitos imperadores, por exemplo, exigiram o culto pessoal como se fossem deuses. Esta prática começou a partir do governo do imperador Júlio César.
Com seu significativo crescimento, no século IV, o cristianismo passou a ser considerada religião oficial do Império Romano.
A prática do politeísmo foi, aos poucos, sendo abandonada.
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Veja também:
Império Romano
Crise do Império Romano
Gladiadores
Cristianismo
Cristianismo A doutrina cristã,
A história do Messias Jesus Cristo,
O livro Sagrado (a Bíblia), Expansão, Festas religiosas, Os Dez Mandamentos
A religião cristã surgiu na região da atual Palestina no século I. Essa região estava sob domínio do Império Romano neste período. Criada por Jesus, espalhou-se rapidamente pelos quatro cantos do mundo, se transformando atualmente na religião mais difundida.
Jesus foi perseguido pelo Império Romano, a pedido do imperador Otávio Augusto (Caio Júlio César Otaviano Augusto), pois defendia idéias muito contrárias aos interesses vigentes. Defendia a paz, a harmonia, o respeito um único Deus, o amor entre os homens e era contrário à escravidão.
Enquanto isso, os interesses do império eram totalmente contrários. Os cristãos foram muito perseguidos durante o Império Romano e para continuarem com a prática religiosa, usavam as catacumbas para encontros e realização de cultos.
Doutrina CristãDe acordo com a fé cristã, Deus mandou ao mundo seu filho para ser o salvador (Messias) dos homens. Este, seria o responsável por divulgar a palavra de Deus entre os homens. Foi perseguido, porém deu sua vida pelos homens. Ressuscitou e foi par o céu.
Ofereceu a possibilidade da salvação e da vida eterna após a morte, a todos aqueles que acreditam em Deus e seguem seus mandamentos.A principal idéia, ou mensagem, da religião cristã é a importância do amor divino sobre todas as coisas. Para os cristãos, Deus é uma trindade formada por : pai (Deus), filho (Jesus) e o Espírito Santo.
O Messias ( Salvador )Jesus nasceu na cidade de Belém, na região da Judéia. Sua família era muito simples e humilde. Por volta dos 30 anos de idade começa a difundir as idéias do cristianismo na região onde vivia. Desperta a atenção do imperador romano Julio César , que temia o aparecimento de um novo líder numa das regiões dominadas pelo Império Romano.
Em suas peregrinações, começa a realizar milagres e reúne discípulos e apóstolos por onde passa. Perseguido e preso pelos soldados romanos, foi condenado a morte por não reconhecer a autoridade divina do imperador. Aos 33 anos, morreu na cruz e foi sepultado. Ressuscitou no terceiro dia e apareceu aos discípulos dando a eles a missão de continuar os ensinamentos.
Difusão do cristianismoOs ideais de Jesus espalharam-se rapidamente pela Ásia, Europa e África, principalmente entre a população mais carente, pois eram mensagens de paz, amor e respeito. Os apóstolos se encarregaram de tal tarefa.A religião fez tantos seguidores que no ano de 313, da nossa era, o imperador Constantino concedeu liberdade de culto. No ano de 392, o cristianismo é transformado na religião oficial do Império Romano.Na época das grandes navegações (séculos XV e XVI), a religião chega até a América através dos padres jesuítas, cuja missão era catequizar os indígenas.
A BíbliaO livro sagrado dos cristãos pode ser dividido em duas partes: Antigo e Novo Testamento. A primeira parte conta a criação do mundo, a história, as tradições judaicas, as leis, a vida dos profetas e a vinda do Messias. No Novo Testamento, escrito após a morte de Jesus, fala sobre a vida do Messias, principalmente.
Principais festas religiosas
Natal : celebra o nascimento de Jesus Cristo (comemorado todo 25 de dezembro).
Páscoa : celebra a ressurreição de Cristo.Pentecostes : celebra os 50 dias após a Páscoa e recorda a descida e a unção do Espírito Santo aos apóstolos.
Os Dez MandamentosDe acordo com o cristianismo, Moisés recebeu Deus duas tábuas de pedra onde continham os Dez Mandamentos:
1. Não terás outros deuses diante de mim.
2. Não farás para ti imagem de escultura, não te curvarás a elas, nem as servirás.
3. Não pronunciarás o nome do Senhor teu Deus em vão.
4. Lembra-te do dia do sábado para o santificar. Seis dias trabalharás, mas o sétimo dia é o sábado do seu Senhor teu Deus, não farás nenhuma obra.
5. Honra o teu pai e tua mãe.
6. Não matarás.
7. Não adulterarás.
8. Não furtarás.
9. Não dirás falso testemunho, não mentirás.
10. Não cobiçarás a mulher do próximo, nem a sua casa e seus bens.
Atualmente, encontramos três ramos do cristianismo : catolicismo, protestantismo e Igreja Ortodoxa.
Saiba mais sobre :
Império Romano Reformas Protestantes Religião Judaica
Deuses Gregos
Mitologia e religião grega,
deuses da Grécia Antiga,
panteão grego,
características e representações.
Zeus : deus dos deuses do Olimpo
Na Grécia Antiga, as pessoas seguiam uma religião politeísta, ou seja, acreditavam em vários deuses.
Estes, apesar de serem imortais, possuíam características de comportamentos e atitudes semelhantes aos seres humanos.
Maldade, bondade, egoísmo, fraqueza, força, vingança e outras características estavam presentes nos deuses, segundo os gregos antigos. De acordo com este povo, as divindades habitavam o topo do Monte Olimpo, de onde decidiam a vida dos mortais.
Zeus era o de maior importãncia, considerado a divindade seprema do panteão grego. Acreditavam também que, muitas vezes, os deuses desciam do monte sagrado para relacionarem-se com as pessoas. Neste sentido, os heróis eram os filhos das divindades com os seres humanos comuns. Cada cidade da Grécia Antiga possuía um deus protetor.
Cada entidade divina representava forças da natureza ou sentimentos humanos.
Poseidon, por exemplo, era o representante dos mares e Afrodite a deusa da beleza corporal e do amor.
A mitologia grega era passada de forma oral de pai para filho e, muitas vezes, servia para explicar fenômenos da natureza ou passar conselhos de vida.
Ao invadir e dominar a Grécia, os romanos absorveram o panteão grego, modificando apenas os nomes dos deuses.
Conheça abaixo uma relação das principais divindades da Grécia Antiga e suas características.
Nome do deus
O que representava
Zeus
rei de todos os deuses
Afrodite
amor
Ares
guerra
Hades
mundo dos mortos e do subterrâneo
Hera
protetora das mulheres, do casamento e do nascimento
Poseidon
mares e oceanos
Eros
amor, paixão
Héstia
lar
Apolo
luz do Sol, poesia, música, beleza masculina
Ártemis
caça, castidade, animais selvagens e luz
Deméter
colheita, agricultura
Dionísio
festas, vinho
Hermes
mensageiro dos deuses, protetor dos comerciantes
Hefesto
metais, metalurgia, fogo
Crono
tempo
Gaia
planeta Terra